Comunidade escolar do Acrísio Cruz cobra climatização de salas de aula

87

Estudantes, professoras e professores do Colégio Estadual Professor Acrísio Cruz realizaram, na manhã de hoje, 30 de abril, um ato público na porta da escola para cobrar o funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula.

Já são dois anos de preparação da unidade escolar para este funcionamento, mas até hoje nada. Esse é o tempo que a comunidade escolar está esperando que o sistema de refrigeração das salas de aula funcione.

“Nós passamos pelo quebra-quebra de obra, com poeira e barulho, para instalação da fiação elétrica e tubulação para instalação dos aparelhos. Quando tudo foi concluído, descobriu-se que a rede elétrica não era adequada. Foi instalado um transformador novo pela empresa de energia para atender a esta necessidade e nada de funcionar. O que falta para termos um espaço com dignidade para trabalhar e aprender?”, disse Sheyla Christinne dos Santos, professora de Geografia. Com hipotensão e labirintite, Sheyla chegou a passar muito mal em sala e hoje leva o próprio ventilador para dar aula.

“A escola sempre foi quente, mas as salas tinham uma parede de cobogó, que ajudava na ventilação e amenizava um pouco o calor. Com a reforma para instalação do ar-condicionado, os cobogós foram fechados, as janelas foram substituídas por basculantes altos e os ventiladores não conseguem dar conta. Eu consegui medir a temperatura em sala de aula e chega a 40°C”, disse Maria Cleide Calderaro, professora de História.

“O Acrísio está sendo esquecido. Estamos largados em uma escola esbagaçada, sem ar-condicionado, com ventilador que, quando funciona, só ventila um lado da sala. Todo dia é gente passando mal por causa do calor, temos professoras grávidas, alunas grávidas que não aguentam”, disse Esthefanne Jayne, aluna do 9⁰ ano.

“Não há condições de trabalho e muito menos de aprendizagem. Ninguém se concentra, todo mundo se abanando, saindo toda hora para tomar água ou lavar o rosto. É de um desrespeito sem tamanho com trabalhadores, trabalhadoras e estudantes”, criticou Ivonete Cruz, diretora de Base Estadual do SINTESE.

Este ato já vem sendo articulado entre alunos e professores já há alguns dias e, ontem, 29 de abril, véspera do ato, representantes da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) estiveram na escola e informaram que a escola passaria por uma reforma estrutural com 30 dias de duração. “Uma tentativa clara de enganar, mais uma vez, a comunidade escolar e de enfraquecer o ato. Esta situação vivida no Acrísio Cruz fere a dignidade do ser humano, expondo alunos e professores a uma situação insalubre, colocando em risco a saúde de todas e todos”, disse Roberto Silva, presidente do SINTESE, acrescentando que se não houver solução, novos atos virão.