Dirigente do SINTESE é a primeira professora indígena a receber Medalha do Mérito Educacional Manoel José Bonfim, na Alese

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A professora, militante do SINTESE, lutadora pelo reconhecimento, inclusão e fortalecimento da causa dos povos indígenas, professora Edinalva Mendes, conhecida como Edi Serigy, recebeu na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), através da mandata da deputada estadual Linda Brasil, a Medalha do Mérito Educacional “Manoel José Bomfim”, no último dia 10 de outubro.

A professora Edi Serigy é a primeira educadora indígena a receber a Medalha do Mérito Educacional “Manoel José Bomfim.

A Medalha do Mérito Educacional “Manoel José Bomfim” é concedida para trabalhadoras e trabalhadores da educação, que ao longo de sua trajetória e história profissional, contribuíram de forma relevante para a formação e o futuro de nossas crianças e jovens matriculados nas redes de ensino do estado de Sergipe.

Luta pela educação indígena

Edi Serigy é mulher indígena, do povo Tupinambá, do litoral norte da Bahia. Ela é professora da rede estadual de ensino de Sergipe desde 2005 e foi a primeira professora indígena a assumir um assento no Conselho Estadual de Educação.

Dirigente do SINTESE, Departamento de Assuntos Educacionais, sempre esteve alinhada as pautas de luta do nosso sindicato por uma educação de qualidade social, emancipadora, com liberdade docente e também na defesa de uma educação inclusiva, uma educação escolar indígena, que respeite as tradições e o saberes dos povos originários, em Sergipe e no Brasil.

A professora sempre acreditou e defendeu que se deve assegurar representações indígenas em todos os espaços, seja em conselhos, salas de aula e espaços institucionais. “Contar a nossa história, com as nossas vozes é preservar e fortalecer a nossa cultura e nosso povo”, afirma Edi Serigy.

Para a professora, Edi Serigy, a honraria recebida, por meio da mandata da deputada Linda Brasil, é carregada de significados relevantes.

“Começando por sua denominação: Manoel Bonfim, sergipano comprometido com a educação emancipadora e antirracista. Passando também pelo valoroso fato de tal honraria ser concedida pela deputada Linda Brasil: primeira mulher trans, que assume cadeira na ALESE e reafirma a importância da educação inclusiva em sua trajetória pessoal, intelectual e política, e que, por sua vez, indica para receber essa Medalha uma mulher indígena. Não tenho dúvidas que essa medalha fortalece ainda mais esse ciclo tão simbólico da educação inclusiva, fruto da luta contra a opressão, racismo e parasitismo social, pregado e combatido pelo mestre Manoel Bonfim. Esse reconhecimento não é somente para mim é um reconhecimento para toda a causa indígena”, fala com orgulho a professora.