Não bastasse o estado de total precariedade do prédio da Escola Municipal Dom Pedro, localizada no povoado Aguada, no município de Carmópolis, na noite de terça, dia 20, para quarta-feira, dia 21, parte do teto da Escola veio abaixo devido à forte chuva que atingiu a região.
O que não tornou o episódio ainda mais lamentável e trágico foi o fato de o desabamento ter ocorrido à noite, sem deixar nenhum estudante, professora, professor ou funcionário ferido.
Mesmo não havendo uma tragédia maior, a situação, mais uma vez, demonstra o que vem sendo corriqueiramente denunciado por professoras e professores da rede municipal de ensino de Carmópolis: a educação, estudantes, professoras, professores e escolas estão abandonados pela gestão da prefeita Esmeralda Cruz.
A queda do telhado comprova que a Escola Estadual Dom Pedro está em estado de esquecimento. Desta vez parte do teto caiu, mas sempre que chove parece que sequer teto a Escola tem de tantas goteiras que se espalham pelas salas de aula. Por conta disso, as paredes da Escola estão mofadas, cheias de infiltração.
Os banheiros também são outro grave problema. Pias e vasos sanitários quebrados tornam o local praticamente sem condições de uso.
Abandono e mais abandono
O cenário de abandono também se reflete na Escola Municipal Adília de Aguiar. Toda a estrutura do telhado da quadra esportiva representa um risco não só aos estudantes, professoras, professores e funcionários da escola, mas para a população em geral, que transita em seu entorno.
As folhas de alumínio que cobrem o telhado estão velhas, várias já caíram. Uma ventania ou uma forte chuva pode fazer com que o que sobrou do telhado se solte e atinja um estudante ou um transeunte pela rua, gerando um grave e até fatal acidente.
Mas esse não é o único problema enfrentado pelos estudantes, professoras e professores do Adília de Aguiar. Os forros de PVC das salas de aula estão caindo, o que também representa um grave risco. Os banheiros estão em péssimo estado para atender crianças e adolescentes, vasos sanitários sem descarga, sujeira e mau cheiro, fazem do banheiro um ambiente feio, insalubre.
O bebedouro da Escola deixa qualquer pessoa incrédula que crianças utilizam “daquilo” para beber água.
Outra escola que vivencia condição similar é a Escola Municipal Maria Carmem Leite Alves. Banheiros em péssimo estado e mato crescendo por todos os lados no pátio também fazem desta unidade de ensino mais uma prova do descaso da prefeita Esmeralda Cruz para com a educação municipal.
Transporte Escolar
O transporte escolar também tem sido alvo de denúncias e queixas constantes por parte de estudantes, professores, mães e pais. A superlotação uma realidade e é algo extremamente preocupante, pois coloca em risco a segurança das crianças e jovens que usam o transporte escolar.
Esta semana a prefeitura, que tem pareceria firmada com o Governo do Estado para garantir o transporte escolar aos estudantes da Rede Estadual de Ensino, não disponibilizou o transporte, obrigando estudantes a andar uma boa distância para conseguir carona, o que causou transtorno e indignação na população de Carmópolis.
Tentativas de diálogo, sem resposta
Os problemas que assolam a educação em Carmópolis são muito sérios e atingem também a professora e professores, que ao longo da gestão da prefeita Esmeralda Cruz viram seus direitos serem desrespeitados e negligenciados.
Desde os primeiros dias do ano, os dirigentes do SINTESE na região têm tentam marcar audiência com a prefeita Esmeralda Cruz e com a Secretaria Municipal de Educação, Maria de Lourdes, e até o momento nenhum sinal ou resposta sobre a audiência.
“O SINTESE tem tentado abrir canal de diálogo com a prefeita e com a secretária de educação para tratar tanto dos problemas estruturais das escolas e transporte escolar, quanto dos problemas que afligem as as professoras e professores, mas tudo que temos recebido é o silêncio como resposta. A situação cada dia mais difícil e insustentável, precisamos que a prefeita assuma seus compromissos e responsabilidades e quebre esse ciclo de abandono que se tornou a educação de Carmópolis”, espera a diretora do departamento de bases municipais do SINTESE, Emanuela Pereira.
O diretor regional do SINTESE na região do Vale do Cotinguiba e professor da rede municipal de ensino de Carmópolis, Gilvanir Mendes de Jesus, relata que o abandono e desrespeito, infelizmente, são em todas as frente quando se trata da educação no município.
“A educação de Carmópolis está abandonada, não há qualquer exagero quando, nós professoras e professores denunciamos isso. São escolas caindo aos pedaços, é falta de material didático e pedagógico para trabalharmos em sala de aula, é alimentação escolar pouca e sem qualidade, é transporte escolar superlotado… problemas diversos. E além, de todos estes problemas a prefeita Esmeralda ainda desrespeita direitos de professoras e professoras: não pagou nosso 13º integralmente; não pagou as férias, que deveriam ter sido pagas em janeiro e ainda falta com a verdade ao afirmar que cumpri com a atualização do piso. Por isso seguimos em luta, denunciando a sociedade e aos órgãos competentes, porque se ficarmos calados qual será o futuro de educação de Carmópolis?” indaga o dirigente do SINTESE.