O SINTESE, por meio de seu coletivo Kilomaloka, externa sua alegria pela merecida nomeação do professor Dr. Ilzver Matos Oliveira ao cargo de professor adjunto do departamento de Direito, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A tão esperada nomeação do professor Ilzver não significou um ato de cunho meritocrático, mas sim o resultado de uma luta coletiva, que sempre esteve amparada na máxima da filosofia ubuntu: “Eu sou porque nós somos”.
A união de diversas entidades, coletivos e pessoas que estiveram (e estão) ao lado do professor Ilzver na busca por justiça, desde de o início do processo, em 2021, serviu como força catalizadora para efetivação e garantia de que um professor, negro, candomblecista, pudesse ocupar seu lugar seu, por direito, dentro da Universidade Federal de Sergipe.
Essa nomeação é uma vitória contra o racismo estrutural que ainda perpassa em nossas instituições. Sigamos na resistência no combate ao racismo e na defesa, principalmente, de uma sociedade antirracista.
Após longa espera, a 1ª Vara da Justiça Federal, determinou que a Universidade Federal de Sergipe nomeasse o professor Dr. Ilzver Matos Oliveira ao seu cargo por direito.
Relembre o caso
Em 2019 o professor Dr. Ilzver Matos Oliveira foi aprovado em concurso público para assumir uma cadeira como professor adjunto, do curso de Direito da Universidade Federal de Sergipe. Mas, mesmo após efetivação do concurso público e a aprovação do professor Ilzver para o cargo, o Conselho do Departamento de Direito da UFS optou pela abertura de um edital de remoção, solicitado por um professor do curso de Ciências Contábeis, que foi nomeado e ocupou a vaga que era do professor Dr. Ilzver por direito.
A situação foi parar na justiça, no ano de 2021, e o caso ganhou repercussão nacional. Não havia qualquer motivo plausível, muito menos legal, para que Ilzver não assumisse o cargo. O que havia era um professor negro, candomblecista, que foi impedido de assumir a sua vaga de concurso. O que havia era racismo.
A vitória do professor Ilzver, após toda luta na justiça e anos de espera, é uma vitória contra o racismo institucional e estrutural, parafraseando Martin Luther King, é a vitória daqueles que não se calaram diante das coisas que importam.