A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), instância da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou ontem o relatório Panorama Social-2012. Ele aponta que cerca de um milhão de pessoas sairão da pobreza no continente neste ano, reduzindo o seu contingente de 168 milhões para 167 milhões – 28,8% da população. Enquanto os EUA e a Europa afundam na crise capitalista, com recordes de desemprego e miséria, a América Latina segue crescendo e reduzindo as desigualdades sociais.
Os avanços sociais no continente decorrem das derrotas eleitorais dos neoliberais e do crescimento das forças de esquerda, com a conquista de vários governos na região. A própria Cepal confirma que há maior compromisso com as demandas da sociedade, através de vários programas sociais (como o Bolsa Família no Brasil e as “misiones” na Venezuela) e da elevação do salário dos trabalhadores. “O aumento da renda do trabalho em domicílios pobres foi o fator mais determinante na redução da pobreza”, afirma o relatório.
É evidente que tais avanços não superaram as históricas dívidas nesta região sempre oprimida e explorada pelas potencias capitalistas. O quadro de miséria ainda é grande e não ocorreram mudanças estruturais na maioria dos países da região. O relatório da Cepal indica que o número de indigentes deve se manter em 66 milhões de pessoas, 11,5% da população, o mesmo registrado em 2011. Já o ritmo da queda da pobreza sofreu retração, de 31% para 29,4%, como reflexo da crise econômica que abala o mundo capitalista.
Mesmo assim, a América Latina e o Caribe seguem na contramão da Europa e dos EUA, que afundam. Infelizmente, estes dados não ganham as manchetes dos jornalões nem destaque nas telinhas da tevê. A mídia colonizada só realça as dificuldades enfrentadas pelos governos progressistas da região. O seu esforço é para satanizar os presidentes Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kirchner ou Dilma Rousseff. A América Latina que reduz em cerca de um milhão o número de pobres não sai na mídia!