Neste domingo (6) ocorreram duas importantes eleições presidenciais na América Central. Os resultados evidenciam o quadro de polarização política nesta sofrida região, considerada pelos EUA como seu “quintal”. Apesar de todo o bombardeio midiático, o império foi derrotado na Nicarágua. No outro extremo, ele garantiu a manutenção de um carrasco aliado na Guatemala.
Sandinistas confirmam sua força
Os primeiros resultados oficiais da apuração na Nicarágua indicam que o ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega conquistou a sua reeleição com mais de 60% dos votos. O candidato da direita, o dono de rádios Fabio Gadea, surge em segundo lugar, como 25% dos sufrágios. A oligarquia local e os EUA tentaram melar o pleito, difundindo que a reeleição seria “ilegítima e inconstitucional”.
Mas os nicaragüenses deram legitimidade do pleito. Apesar das contradições da gestão sandinista, a sensação no país de melhora nas condições econômicas e sociais. Vários programas públicos garantiram a redução da miséria, o combate ao analfabetismo e a geração de emprego. Os graves problemas estruturais do país não foram enfrentados, mas o sentido do governo é progressista.
General carrasco e aliado dos EUA
Já na Guatemala, os primeiros resultados das urnas confirmam a manutenção do status quo e da subserviência aos EUA. O general reformado Otto Pérez Molina obteve 54% dos votos no segundo turno, derrotando o empresário Manuel Baldizón. Ex-integrante da Kaibil, tropa de elite responsável pelo massacre da guerrilha no país, Molina é acusado por atentar contra os direitos humanos.
Ele foi chefe do extinto Estado-Maior Presidencial (EMP) durante a ditadura de Ramiro de León Carpio (1993-1996) e se projetou ao assinar o acordo de paz com a guerrilha guatemalteca em 29 de dezembro de 1996. Aliado dos EUA, ele comandou a violência contra os povos indígenas na região de Ixil, no noroeste da Guatemala, onde foram registradas centenas de execuções e torturas.