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- Criar data 15 de fevereiro de 2024
- Ultima Atualização 16 de fevereiro de 2024
Revista Paulo Freire_44
Em novembro deste ano, a Revista Paulo Freire vai completar 17 anos de criada pelo SINTESE, um marco na história do sindicato e da educação pública em Sergipe.
A revista passou por períodos de descontinuidade, mas sempre esteve presente no cotidiano do sindicato. Mesmo sem ter sido impressa e nem em formato digital, a Revista Paulo Freire se realizou como texto vivo na luta do Magistério Público em Sergipe.
Talvez esse seja o legado desta revista. A materialidade é fundamental para arquivo e memória, mas ela traz uma textualidade política formativa que vai além do papel e do formato em PDF. Aliás, apenas desse modo a Revista Paulo Freire tem sentido, isto é, significado e significante.
Por isso o título dessas Primeiras Palavras de continuidade material da Revista Paulo Freire, a volta de quem não foi.
Impossível insistir na continuidade da revista e não lembrar que, no ano do seu lançamento, em 2007, O SINTESE era presidido pela professora ngela Melo que, depois de uma longa jornada de lutas, foi eleita vereadora de Aracaju e, no ano passado, infelizmente acabou morrendo.
O retorno material da Revista Paulo Freire é também uma maneira de deixar registrada mais essa contribuição fundamental da companheira ngela Melo. Quando você estiver com essa revista nas mãos ou lendo o PDF estará abraçando um pouco da história de nossa guerreira que nos deixou muito precocemente.
Nesses quase 17 anos da Revista Paulo Freire foram impressas 43 edições, ou seja, esta edição que você está recebendo agora é a 44ª.
Lembremos aqui de edições marcantes, a começar pela primeira, que foi totalmente dedicada a história do grande mestre Paulo Freire. Nesse longo período, a revista tratou de temas fundamentais na educação: racismo, machismo, homofobia, questões de gênero, políticas neoliberais, a condição profissional no Magistério, a luta por dignidade humana, os golpes, etc.
Para esta edição, estamos focando em dois assuntos centrais. O primeiro é sobre a questão da luta das mulheres, com textos excelentes das professoras Adenilde Dantas e Leila Andrade. Sobre essa temática, também trazemos números da violência contra as mulheres e uma análise da sobrecarga feminina no Brasil, onde as mulheres resolutivas são sobrecarregadas com tarefas invisíveis.
Outro tema chave nesta edição é a tragédia que é o Programa Nota 10 do Governo do Estado, um sistema predatório que substitui o processo coletivo de ensino e aprendizagem por um sistema que enaltece o individualismo, a competição pela sobrevivência entre docentes e a rivalidade entre unidades escolares.
Agora, em toda edição desta revista, vamos publicar um pequeno texto escrito pelo próprio mestre Paulo Freire. O desta edição é um que ele escreveu para lembrar de sua primeira professora. “Quando Eunice me ensinou era uma meninota, uma jovenzinha de seus 16, 17 anos. Sem que eu ainda percebesse, ela me fez o primeiro chamamento com relação a uma indiscutível amorosidade que eu tenho hoje”, escreveu Paulo Freire.
Para convocar a saudade, postamos aqui algumas capas da edições anteriores da Revista Paulo Freire, com destaque para a primeira edição.
Excelente leitura e debate.
Roberto Silva
Presidente do SINTESE