Educadores da rede estadual realizam ato público contra o modelo de Avaliação de Desempenho que o Governo Déda quer impor na rede.
O ato aconteceu no auditório do Centro de Convenções de Sergipe quando a Secretaria de Estado da Educação fez o lançamento do Referencial Curricular da Rede Estadual de Ensino, o manual: as relações étnico-raciais e cultura afro-brasileira e africana na educação básica, bem como o Programa de Formação Continuada e o Sistema de Plano de Cursos da educação pública estadual.
Foram distribuídos panfletos, conclamando os gestores das escolas a fazerem uma reflexão sobre o processo de avaliação que o governo quer implantar.
O sindicato compreende que o referencial e o sistema de plano de cursos fazem parte de um pacote maior que não foi discutido amplamente com professores, equipes diretivas, pais e alunos. “A construção coletiva do projeto pedagógico das escolas não está sendo verdadeiramente considerada. É preciso que o governo compreenda que a avaliação deve ser feita num processo, que toda a rede seja avaliada e não somente as escolas”, afirmou a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.
Avaliação deve ser da rede de ensino e não das pessoas
Os professores da rede estadual são favoráveis a avaliação de desempe4nho, pois reconhecem e compreendem a necessidade de se realizá-la. Mas são totalmente contrários a forma de avaliação que o Governo Déda quer impor na rede estadual, que só visa criminalizar o professor e constranger alunos. A construção coletiva do projeto pedagógico das escolas está sendo desconsiderada.
Tão importante quanto a avaliação é o debate nas escolas, o que a escola quer com a avaliação? Quais os objetivos a serem alcançados? Infelizmente isso não está no debate. Professores, alunos, equipe diretiva, pais não tiveram como debater o tema avaliação de desempenho.
Antes de criar e publicizar os mecanismos de controle” o Governo do Estado poderia ter estabelecido, um debate nas escolas para elas discutirem seus projetos pedagógicos e definirem quais seus objetivos com a avaliação, mas o Governo do Estado está dando visibilidade somente ao processo de controle dos professores, equipes diretivas, coordenadores pedagógicos. Só estamos vendo a face do controle da avaliação.
O modelo de avaliação de desempenho pelo Índice Guia chega nas escolas e cria a figura de um gerente administrativo financeiro, que vai controlar a direção das escolas, que por sua vez vai constranger professores que serão classificados como de excelência ou insuficientes e que consequentemente constrangerá os alunos, pois eles também será classificados como avançados e atrasados.
É desconcertante ver como um governo do Partido dos Trabalhadores, partido que sempre esteve a vanguarda no debate da Educação Pública trazer a Sergipe, João Batista Mares Guia com sua proposta que assedia, exclui e que está totalmente desconectada com a realidade das escolas. Isso sem contar com as várias denúncias no Ministério Público mineiro que há contra ele.
Os professores não têm medo de avaliação, mas esperam que ela seja realmente um processo debatido entre todos os sujeitos da escola e não somente uma imposição governamental.