Para o SINTESE Fórum Nacional de Educação deve ser autônomo

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Entidades formalizam saída do FNE

Entidades formalizam saída do FNE

O sindicato apoia a saída de diversas entidades do FNE por ele não mais representar a pluralidade de movimentos que lutam pela Educação

O SINTESE reitera a decisão da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (e outras entidades) de desligamento do atual Fórum Nacional de Educação — FNE que após a portaria 577/17 e o decreto de 27 de abril de 2017 tornou-se um mero apêndice do Ministério da Educação.

A formalização da saída se deu no último dia 07 de junho nas comissões de Educação do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

 “O Fórum Nacional de Educação não deve ser uma caixa de ressonância somente do governo, mas sim representar todas as vozes que lutam por uma educação de qualidade social para todos e todas. Acertada a decisão da CNTE, da CUT e de outras entidades em deixá-lo, por ele não mais refletir o que defendemos como espaço de construção da Educação brasileira”, aponta a presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.

As entidades que deixaram o FNE constituíram o Fórum Nacional Popular de Educação e este irá construir a Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE).

Confiram o documento que formaliza a saída:

NÃO ACEITAMOS UM FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO DEFINIDO E CONTROLADO PELO MEC

Não reconhecemos a legitimidade do FNE constituído pela portaria 577/17 e da Conae sob sua supervisão do MEC

1. O Fórum Nacional de Educação (FNE) é uma conquista histórica e um espaço de interlocução entre sociedade civil e governo, previsto na Lei nº 13.005/14, que dispõe sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), referência para a gestão e a mobilização da sociedade brasileira. Por definição legal é o coordenador e articulador das conferências nacionais de educação, plurais e democráticas, e uma das instâncias de monitoramento e avaliação do PNE.

2. O FNE é formado e constituído por decisões colegiadas, de forma transparente, republicana e democrática e, portanto, sob bases conhecidas e pactuadas. Não é um apêndice rebaixado do Ministério da Educação que, por ele, pode ser modificado a qualquer tempo de forma unilateral e arbitrária, para atender quaisquer interesses conjunturais e políticos.

3. Para fazer frente aos inúmeros desafios no campo educacional é que a Lei do PNE conferiu centralidade ao Fórum Nacional de Educação e à Conferência Nacional de Educação, visando produzir avanços, democratizar o acesso, ampliar investimentos, garantir educação pública, gratuita, laica e de qualidade para todo/a cidadão e cidadã do país e para defender o Plano Nacional de Educação como política de Estado.

A portaria nº 577/17 e o Decreto de 27 de abril de 2017, impostos pelo Governo Temer de forma unilateral, restritiva, e antidemocrática, desestruturaram o FNE e a Conae, tornando-os, como já afirmado, ilegítimos.

Nesse contexto, não participaremos mais do Fórum Nacional de Educação, desfigurado pelo atual governo, do qual saímos coletivamente, e anunciamos a constituição DO FÓRUM NACIONAL POPULAR DE EDUCAÇÃO e a construção da CONFERÊNCIA NACIONAL POPULAR DE EDUCAÇÃO (CONAPE).

Brasília, 07 de Junho de 2017.

ANFOPE – Associação Nacional de Formação dos Profissionais da Educação.

ANPAE – Associação Nacional de Política e Administração da Educação.

ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.

CNDE – Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

CUT – Central Única dos Trabalhadores.

CEDES – Centro de Estudos Educação e Sociedade.

CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.

CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

CONTEE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino.

CONIF – Conselho Nacional dos Institutos Federais de Educação.

FASUBRA – Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil.

FEJA – Fóruns de Educação de Jovens e Adultos.

FORUMDIR – Fórum Nacional de de Diretores de Faculdades/Centros de Educação ou Equivalentes das Universidades Públicas Brasileiras.

MIEIB – Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil.

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

PROIFES – Federação dos Professores dos Institutos Federais de Ensino Superior.

SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

UNE – União Nacional dos Estudantes.

UBM – União Brasileira de Mulheres.

Apoiam estes encaminhamentos e exigem a revogação do Decreto de 26 de abril de 2017 e da Portaria do MEC n. 577, de 27 de abril de 2017.

RED ESTRADO – Rede Latino-Americana de Estudos e Políticas sobre Trabalho Docente.

FINEDUCA – Associação Nacional de Pesquisadores em Financiamento da Educação.

CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.

FITE – Federação Interestadual de Trabalhadores em Educação Pública.

ANPG – Associação Nacional dos Pós-Graduandos.

FEE/SP – Fórum Estadual de Educação de São Paulo.

FEE/RJ – Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro.

ABC – Associação Brasileira de Currículo.

CFF – Conselho Federal de Fonoaudiologia.

ASSINEP – Associação dos Servidores do INEP – Anísio Teixeira.

SINTEPE – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco.

Sind-UTE/MG – Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais