O sindicato realizou nos dias 13 e 14 na cidade de Itabaiana mais uma etapa de formação para os membros das comissões sindicais. Esse curso é fruto de discussões da direção executiva, coordenação das sub-sedes e delegados sindicais da necessidade de maior formação para as comissões sindicais nos municípios.
“Os professores são defrontados com novos desafios a cada dia e precisam estar preparados para reinventar não só a sua prática pedagógica, mas sua luta pela manutenção e ampliação dos direitos. E por uma educação pública de qualidade para todos”, aponta Paulo Lira Fernandes, diretor do Departamento de Formação do SINTESE.
O curso será realizado em cinco etapas e se estenderá pelos próximos três anos e pretende ser ministrado de forma descentralizada para garantir a maior participação dos membros das comissões sindicais. Esse processo longo de formação também é o princípio para a gestão da Escola de Formação do SINTESE onde os professores poderão estudar, refletir e debater novas forma de luta.
A primeira etapa do curso trata de “Sindicato e Organização de Base: história, dilemas e desafios” e foi ministrado pelo assessor político do SINTESE, Hildebrando Maia que utiliza o método paulofreireano dos círculos de cultura, onde a aprendizagem é feita pela troca.
Hildebrando começou sua fala apontando as mudanças no mundo do trabalho e como elas afetam a realidade dos professores. Também pontuou o processo de criminalização do magistério, da falta de uma política pública que promova a educação e mantenha o estudante na escola, o que gera uma queda no número de matrículas, que por sua vez acarreta na diminuição das receitas. “As mudanças de cenários exigem que façamos releituras das nossas práticas sindicais e de luta”, aponta Hildebrando.
Com textos de Emilio Gennari os professores puderam fazer um passeio sobre os primórdios da luta sindical no mundo e sua introdução no Brasil. Chamou a atenção dos educadores a formação e organização da greve de 1917, a primeira grande greve brasileira e fizeram um paralelo com sua própria história de lutas. Em vários municípios, o magistério foi o pioneiro a fazer greve. “Nós professores fomos os primeiros a fazer uma greve de Brejo Grande em 2010. Alguns acharam que era ‘coisa de besta’ mas muitos valorizaram”, disse a professora Maria Aparecida.
Para Andréia Menezes, de Aquidabã, que também é comunicadora popular o curso foi importante para ampliar os conhecimentos. “Até então só conhecia a luta sindical da década de 80 para cá. Foi muito importante conhecer como a luta sindical foi introduzida no Brasil”, apontou.
O professor de Canindé do São Francisco, Danilo Sousza Nascimento ressaltou que é os professores devem seguir o exemplo dos pioneiros sindicalistas e dialogar com os demais trabalhadores e com a sociedade em geral para buscar soluções para os problemas não só da Educação.
Nos dias 03 e 04 de janeiro haverá mais um curso inicial e desta vez será realizado em Porto do Mato na cidade de Estância.