Com esta fala a diretora do departamento de base estadual do SINTESE, professora Leila Moraes, deu o tom da etapa final do Encontro Regional de Educação da Rede Estadual. O último Encontro, desta primeira fase, ocorreu em Aracaju, nesta sexta-feira, 9. A indignação exposta pela dirigente é em relação ao desmonte da carreira e a nefasta política de empobrecimento do magistério promovida pelo governo Jackson Barreto.
Além de Aracaju os encontros regionais ocorreram também nas sete subsedes do SINTESE, nos municípios de Itabaiana, Propriá, Capela, Nossa Senhora da Gloria, Neópolis, Estância e Lagarto.
O objetivo destes oito encontros foi debater e mostrar a professores e professoras da rede estadual como o governo Jackson Barreto, em conjunto com o Secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho, tem investido em uma política de desvalorização e empobrecimento do magistério e de desmonte da rede estadual de educação.
A diretora do SINTESE, professora Leila Moraes, avalia que os Encontros Regionais de Educação serviram justamente para dar aos professores e professoras de todos os cantos do estado a dimensão da cruel política de desvalorização promovida por Jackson Barreto e fomentar a mobilização e a luta para a reversão deste terrível cenário.
“O nosso objetivo com esses encontros, para além de divulgar o atual cenário de completo desrespeito a nossa carreira e o consequente empobrecimento de professores e professoras da rede estadual, é também para dialogar com a categoria e traçar encaminhamentos de luta e de enfrentamento contra a política que o governo Jackson Barreto vem impondo. Estamos nos movimentando e buscando que professores e professoras de todo o estado também se mobilizem, não vamos ficar de braços cruzados vendo Jackson Barreto acabar com a nossa carreira”, enfatiza a professora Leila Moraes.
A perspectiva do SINTESE é realizar novos Encontros Regionais de Educação da rede Estadual no mês de julho.
Empobrecimento do magistério sergipano
Professores e professoras da rede estadual de ensino estão quatro anos sem receber o reajuste do piso salarial (2012, 2015, 2016 e 2017). O não cumprimento da lei do piso (Lei Nacional 11.738/2008) gerou o empobrecimento do magistério público de Sergipe. Atualmente professores e professoras se encontram entre 40 e 65 por cento mais pobres.
Este empobrecimento está distante do cenário de crise que o governo do estado pinta para a sociedade sergipana. O empobrecimento do magistério é uma política deliberada do governo Jackson Barreto.
“É uma decisão do Governo do Estado adotar uma política de empobrecimento do magistério. O processo de desvalorização teve início em 2012 e se aprofunda nos anos de 2015, 2016, 2017. Ao analisarmos os dados financeiros do governo o que vemos é que o problema não está na falta de dinheiro, mas sim na política defendida pelo atual governo. O SINTESE fez inúmeros estudos, a partir de dados disponibilizados pelo próprio governo do estado em seus Relatórios Fiscais, já fizemos inúmeras denúncias ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas mostrando que o dinheiro existe e que a desvalorização de professores e demais servidores público do estado nada mais é do que uma opção política de Jackson Barreto”, aponta o vice-presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.
Atualmente um professor da rede estadual de ensino com 1 ano ou com 30 anos de carreira recebem o mesmo de vencimento inicial: R$ 2.298, 80. Além disso, hoje não há diferença de salarial entre um professor que fez apenas o nível médio e um professor que fez mestrado e possui nove anos de carreira. Eles recebem o mesmo vencimento inicial: R$ 2.298,80. Os professores com mestrado, com mais de 9 anos de carreira e com doutorado estão com seus salários congelados.
É importante destacar que a carreira do magistério prevê a diferenciação no vencimento inicial entre classes (tempo de serviço) e níveis (formação acadêmica). A cada três anos no magistério a diferença salarial é de 1% a mais. Já pela formação acadêmica a diferenciação salarial de nível para nível deve ser: Nível Médio para o Nível Superior 40%, do Nível Médio para a Pós-Graduação 50%, do Nível Médio para o Mestrado 62% e do Nível Médio para o Doutorado 100%.
Para ter uma ideia do que significa o desmonte da carreira do magistério vejamos o exemplo: Uma professora com 15 anos de carreira, que tem pós-graduação, deveria ganhar de vencimento inicial atualmente R$ 3.588,21 e não os R$ 2.298, 80. Ou seja, o Governo Jackson Barreto está deixando de pagar somente a esta professoras R$ 1.289,41
“O que fizemos nos Encontros Regionais, ao apresentar aos professores e professoras a forma brutal de como a nossa carreira vem sendo desmontada, foi justamente mostrar que Jackson Barreto é o responsável pelo empobrecimento do magistério. A desvalorização dos professores e demais servidores públicos é uma política deliberada, que tem o claro objetivo de desmobilizar a nossa luta” afirma a presidenta do SINTESE, professora Ivonete Cruz.