Caravana da Resistência: Professores novamente são impedidos de entrar em escolas

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Jackson Barreto proíbe professores de entrarem em escolas públicas durante solenidade de entregas de reformas

Em mais uma demonstração de desrespeito e falta de espírito democrático, o governador Jackson Jackson Barreto proíbe professores de entrarem em escolas públicas durante solenidade de entregas de reformas Barreto, impediu a entrada de professores da rede estadual de Sergipe em escolas públicas do interior do estado onde, na última sexta-feira, 26, ele participou de solenidades de entrega de reformas das unidades de ensino. Ao longo da última semana os professores da rede estadual acompanharam a agenda do governador, com a intitulada Caravana da Resistência, na tentativa de agendar audiência para tratar sobre o corte do ponto, pagamento do reajuste do piso e condições mais dignas de ensino e aprendizagem.

Desta vez a Caravana da Resistência esteve em três municípios sergipanos: Japaratuba, Pacatuba e Neópolis. Na cidade de Japaratuba o governador esteve na Escola Municipal Professor Emiliano Nunes de Moura que foi reformada em regime de cooperação entre governos estadual e municipal.

Portões fechados

 Ao chegarem à porta da Escola Professor Emiliano Nunes de Moura os professores foram impedidos pelos seguranças do governador de entrar. Além dos professores, estudantes de Japaratuba, do Colégio Estadual José de Matos Teles, que estavam apoiando a manifestação dos docentes e também reivindicavam melhorias no prédio de sua unidade de ensino, foram barrados pelos seguranças.   

“Esta é uma atitude descabida do governador Jackson Barreto. Impedir que professores e estudantesProfessores tampam as bocas com esparadrapos para simbolizar a tentativa do governador de calar os trabalhadores entrem em uma escola pública é simplesmente um absurdo. Os portões foram trancados com cadeados para impedir nossa entrada, como se nós, estudantes e professores, representássemos perigo aos presentes na solenidade. Esta ação demonstra a clara tentativa do governador Jackson Barreto de criminalizar e marginalizar professores e estudantes da rede estadual”,  visualiza a presidente do SINTESE, professora Ângela Maria de Melo.

Que democracia é essa?

No município de Pacatuba a Caravana da Resistência consegui adentrar ao Colégio Estadual Dr. Leandro Marcial, pois chegou ao local aproximadamente uma hora antes da comitiva do Governador. Em um ato simbólico os professores colocaram esparadrapo em suas bocas para demonstrar a tentativa do governo de silenciar a voz do trabalhador.

Os esparadrapos só foram tirados durante o discurso de Jackson Barreto. Os professores entoavam palavras de ordem nas quais pediam pagamento do piso, respeito a professores e estudantes e melhores condições de trabalho.

“Durante a solenidade em Pacatuba, respeitamos a benção do padre e as demais falas que se seguiram após a benção, pois, como fazemos questão de destacar, nosso problema é com Jackson Barreto. O governador diz agir de forma democrática, mas que democracia é essa que impede professores de entrarem em um prédio público? Que democracia é essa onde não há diálogo ou negociação com uma categoria que está lutando por seus direitos? Em que democracia um trabalhador tem salário cortado por fazer greve para reivindicar direitos estabelecidos por lei? Não vemos o menor esforço do governador em abri canal de diálogo. Tudo que vemos são inúmeras tentativas de mascarar, criminalizar e jogar a sociedade contra os professores”, analisa a vice-presidente do SINTESE, professora Ivonete Cruz.

Novamente barrados

Em Neópolis os professores se dirigiram ao Colégio Estadual Caldas Júnior, onde mais uma vezA coordenadora do SINTESE na região do Baixo São Francisco, professora Silvaneide Ferreira, foi impedida de entrar no Colégio Caldas Jr. porque segurava uma bandeira do Sindicato encontram portões fechados com cadeados e seguranças do governador controlando a entrada.

 A professora Silvaneide Ferreira, que é coordenadora do SINTESE na região do Baixo São Francisco, conseguiu passar pelo primeiro portão do Colégio, pois não estava vestida com a camisa do Sindicato. Quando ela ergueu uma bandeira do SINTESE imediatamente foi impedida de entrar no segundo portão que dava acesso ao pátio do Colégio.

Os seguranças do governador só permitiram a entrada da professora Silvaneide após ela entregar a bandeira do SINTESE aos seus companheiros que estavam do lado de fora do Colégio.  “A situação chegou ao ponto tão absurdo que uma professora empunhando a bandeira de seu sindicato se tornou uma ameaça para o governador Jackson Barreto. E este é o mesmo homem que diz acreditar na democracia, vejam só que ironia”, reflete a diretora de assuntos educacionais do SINTESE, professora Leila Angélica.

Mais uma vez a tentativa de marcar audiência com o governador Jackson Barreto foi frustrada. O governador novamente se recusou a dialogar com os professores.

Assembleia

Os professores da rede estadual se reunirão em nova assembleia da categoria nesta quarta-feira, 1, em Aracaju, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (Rua Itabaianinha – 41, Centro), às 9h.