Colégio Estadual Leandro Maciel é pauta de audiência pública no MP

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Nesta quarta-feira, 28, a partir das 9h acontece audiêncialeandromaciel (13) pública sobre a situação do Colégio Estadual Leandro Maciel. No início do mês SINTESE, a pedido dos professores, denunciou a falta de condições físicas da escola e também o fechamento de dois turnos.

Após as denúncias do sindicato a Secretaria de Estado da Educação – SEED divulgou uma matéria que causou indignação nos professores, para eles o texto da secretaria não corresponde a realidade hoje vivida na escola. O corpo docente produziu um texto contestando a matéria da SEED.

VEJA FOTOS E ABAIXO A RESPOSTA DOS PROFESSORES

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RESPOSTA DOS PROFESSORES DO COLÉGIO ESTADUAL LEANDRO MACIEL SOBRE A MATERIA DO PORTAL
26/03/2012

Matéria SEEDResposta

O Colégio Estadual Leandro Maciel, localizado no Conjunto Castelo Branco, irá oferecer neste ano aos seus alunos do turno da manhã aulas pelo turno da tarde, Isso porque a unidade de ensino foi contemplada com o Programa Mais Educação, que amplia a carga horária de reforço escolar, além de musicalização, artes, educação digital e esportes.

Segundo o que foi informado pelo Diretor da escola, a previsão para o inicio desse esplendoroso programa só ocorrerá no segundo semestre. Portanto se essa ação justifica a falta de investimento na unidade para atrair novas matriculas, não sabemos. Fica a indagação.
Apenas lembramos que aluno matriculado é garantia de recursos para os cofres públicos.

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Atualmente o colégio não está oferecendo aulas no turno da noite devido a uma queda na procura por esse horário. As matriculas que se iniciaram em janeiro, continuam abertas, mas ainda não houve um número significativo de alunos que justificasse a formação de turmas. “Apesar de ter 18 salas de aulas, as matriculas em 2011 formaram apenas três turmas de ensino médio noturno, ficando 15 salas ociosas durante todo o ano”, informou a diretora da DEA, Nádia Cardoso.
Devido à não possibilidade de formação de turma por causa na queda na procura pelas vagas, a DEA orientou que esses alunos fossem distribuídos em outras escolas próximas que oferecem o ensino médio, que são: Colégio Estadual Presidente Médici e Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, oportunizando a todos os alunos a continuidade dos seus estudos

Mas uma vez, queremos indagar: quem procuraria um espaço que não oferece segurança, não tem currículo que corresponda às necessidades de um público trabalhador e que não tem o mesmo perfil do diurno? Além de uma aparência externa terrível, pois a calçada é cheia de buracos, a frente da escola possui iluminação precária, inclusive propiciando ação de marginais!
Diante da constatação de um número de matriculas baixo, a direção em conjunto com os professores da noite, contratou um carro de som para circular na comunidade e adjacências, informando que havia vagas no colégio. Essa foi à única iniciativa para o não fechamento do turno. Porém, chegando o prazo que a Secretaria deu para a direção e não havendo aumento significativo de matrículas, a SEED, determinou que fosse fechado o turno noturno do Leandro Maciel, com a orientação de indicar outros colégios da rede de menor distância, para os alunos já matriculados, onde o número mais expressivo era da 3º série do Ensino Médio com 30 alunos e também para os que posteriormente tentassem matrícula no colégio.
Queremos destacar, que além das três turmas citadas em 2011, havia também um núcleo do PRÉ-SEED – (Pré- vestibular da rede estadual), funcionando no colégio e que também foi retirado em 2012, causando perplexidade a toda comunidade, já que é um programa bastante procurado.
Se fosse observada a Resolução nº 4 de 13 de julho de 2010, temos certeza de que não estaríamos vivendo essa realidade. Destaque para os artigos 1º, 8º, 9º e 10º; da LDB, no artigo 2º e da CF, artigos 205 e 206.
Só acrescentando: o Colégio Estadual Presidente Castelo Branco fica situado no Bairro Industrial, zona norte, e o Leandro Maciel situa-se na zona oeste.

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Turmas
O Colégio Estadual Leandro Maciel oferece aulas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e o ensino médio completo no turno da manhã, totalizando 18 turmas. As turmas têm em média 35 alunos. A turma de maior número de alunos do ensino médio tem 45 alunos matriculados.

Toda informação do parágrafo acima está equivocada, pois começamos o ano letivo com várias turmas super lotadas, inclusive, na 3º série do ensino médio há 56 alunos matriculados, número alarmante e que provocou grande mobilização do corpo docente, no sentido de fazer cumprir a portaria da própria SEED que indica o número máximo de alunos por turma no ensino médio é 45. Então foi solicitada a direção da escola, a divisão da turma, com o objetivo de permitir um bom desenvolvimento do processo ensino- aprendizagem, enfatizando também, toda questão da preparação para o vestibular.
Em relação ao número das outras turmas é só verificar e constatar que a quantidade não corresponde ao que é preconizado nas leis educacionais.
O desrespeito ao que diz o ECA, artigo 53, destacando prioritariamente o inciso V, vem desde sempre. No ano passado 90% das turmas estavam surper lotadas, prejudicando e muito o rendimento escolar. Por isso, decidimos tentar mudar, pois não daria para continuar repetindo os mesmo erros, principalmente porque os alunos são os maiores prejudicados.

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Reformas
O Colégio Estadual Leandro Maciel passou por uma revisão geral na parte elétrica, com exceção das luminárias da quadra, Já a iluminação externa será feita pela pequena monta que começará os trabalhos na próxima semana.

Mais uma vez, a Secretaria falta com a verdade, pois nos corredores dos blocos de salas de aulas, existe fiação aparente, tomadas descobertas, falta lâmpadas em salas de aula. No dia 13 de março, alunos do 6º ano saíram correndo da sala em que estavam por conta de uma lâmpada fluorescente que começou a sair fumaça, sem falar no grande problema do primeiro bloco que abriga as turmas de 6º e 7º anos, que sempre é preciso desligar a energia do pavilhão por causa do cheiro de fio queimado que sobe frequentemente.
Nos blocos dois e três as lâmpadas dos corredores apagam o tempo todo por causa das freqüentes quedas de energia, vários ventiladores já pegaram fogo na sala de aula com alunos dentro. Tudo isso deixando Professores e Alunos bastante apreensivos.
Outro problema enorme é o calor desumano que somos submetidos, pois toda a escola é coberta com telhado de amianto e com um agravante: faltam ventiladores que atendam adequadamente as salas. Algumas têm apenas um ventilador funcionando, outras, dois, o quê não resolve, pois a salas são amplas, a quantidade de alunos está sempre acima do ideal e os ventiladores existentes são de baixa qualidade criando assim, uma verdadeira estufa, vários alunos e professores passam mal, não existe concentração que resista a um ambiente tão inóspito como esse. A sala dos professores possui dois ventiladores, mas só um funciona. O horário critica começa a partir das 9h40, onde todos ficam bastante agitados e pedindo pra beber água o tempo todo. Até quando vamos suportar essa situação? OS VENTILADORES SÃO PRIORIDADE, mas infelizmente, entra ano e sai ano e a situação não muda!
Em relação à iluminação da parte externa da escola, nada foi feito até o momento, pois está escrito na matéria que a reforma seria feita na semana seguinte do dia 09/03. Hoje é 26/03 e até agora NADA!

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Além disso, foi feita também a capinagem, substituição de portas e fechaduras, revisão geral nos sanitários com substituição dos componentes, demolição e recomposição de 30 metros de muro externo, conserto de gradil e forro na dispensa, além de fornecimento de material de repintura.

Começamos o ano letivo com a Escola tomada pelo mato, uma semana antes, em reunião de planejamento para 2012, os Professores questionaram a péssima impressão que causaria ao alunado em relação à imagem da Escola, sem falar no perigo de animais, como ratos, cobras e escorpiões que se abrigam em locais com essas características, podendo causar um acidente com alguém na Escola. Então a Direção nos informou que já havia solicitado o serviço de capinagem junto a Secretaria, mas que a resposta foi que não teria previsão de realização do serviço, por não ter pessoal suficiente para atender a toda rede.
Diante disso, resolvemos fotografar toda Escola e divulgar as imagens na mídia, com o intuito de chamar a atenção da sociedade para os problemas que embora antigos, continuamos vivendo devido à morosidade da Secretaria em resolvê-los. Fizemos uma mobilização entre os Professores com cartazes e fotos e chamamos a TV Sergipe e também o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe-SINTESE. Em relação à matéria da Tv Sergipe que foi gravada no dia 05 de março, até hoje não passou no jornal, mas quanto à matéria feita pelo Sintese, essa sim teve efeitos, pois além de divulgar no site do Sintese a situação da Escola, o Sindicato acionou o Ministério Público, que marcou audiência entre os envolvidos, (Secretaria, Professores, Sindicato e Pais de alunos) para o dia 28 de março. Depois dessas ações, na semana seguinte do recomeço das aulas, o serviço que não tinha previsão para acontecer começou a ser feito, minimizando aquela aparência de abandono que estávamos submetidos.
No item substituição das portas e fechaduras, mais inverdades, pois apenas quatro portas foram trocadas, porém sem pintura, mas a maioria das salas de aulas não tem portas e outras com portas muito danificadas. O forro dos corredores está cedendo, existem vário buracos feitos por meliantes no forro dos banheiros dos alunos, cozinha e dispensa. As salas precisam de pintura, os banheiros estão pichados, assim como o galpão de convivência dos alunos.
Temos cópias de doze boletins de ocorrências por furto, em que a Escola foi vítima desde 2011 até hoje e que por conta desses crimes a direção teve que transferir o material da dispensa para biblioteca, na tentativa de diminuir os prejuízos materiais. Contudo, os prejuízos intelectuais só cresceram, já que Professores e alunos ficaram impedidos de usarem a biblioteca.
Com relação ao muro, em 2011 começamos o ano letivo, uma semana depois do combinado, por causa de um trecho de muro que havia caído e mesmo a direção ter passado o período de férias solicitando o reparo, não aconteceu, forçando assim, o próprio Diretor colocar recursos próprios para a reconstrução do muro e por isso adiando o inicio das aulas para a semana seguinte. Agora em 2012, nada mudou! O Colégio possui o muro externo muito baixo, tornando-se um atrativo para a ação de pessoas mal intencionadas, que atuam principalmente à noite e finais de semana, invadindo a Escola, furtando, depredando e até mesmo usado o espaço para consumir drogas. Temos em mãos, dezenas de cópias de relatórios e solicitações de aumento da altura do muro, que foram enviados para a Secretaria de Educação com o objetivo de solucionar esse problema tão danoso para toda comunidade escolar. Mas infelizmente, mais uma vez a Secretaria não resolveu absolutamente nada, pois nenhum centímetro foi erguido no muro até então.
Para a pintura, as únicas mudanças, aconteceram na frente da Escola e na parte administrativa, isso porque um funcionário cansado de esperar o serviço de pintura solicitado pela direção a Secretaria,  resolveu fazer por conta própria, até porque existiam alguns latões de tintas fruto de uma gincana feita em 2010, em que a escola ganhou da  iniciativa privada, que já estavam com o prazo de validade bem próximo do vencimento. Com isso, somou-se ao vigilante, o esforço de uma das coordenadoras da escola, que solicitou mais alguns galões de tintas a SEED  para concluir o serviço iniciado pelo vigilante do Colégio.
Queremos concluir informando, que esses problemas existem e persistem no Colégio Estadual Leandro Maciel, há vários anos e que os pedidos para resolução também. Defendemos a clareza dos fatos, não admitiremos mais tentativas de maquiar os problemas. Exigiremos soluções, pois entendemos que além de merecermos, temos direitos. Enfatizamos ainda, que o nosso compromisso esta acima de tudo, com aluno, o grande protagonista desse processo. Educação de qualidade passa por condições de trabalho e valorização dos Professores, instalações adequadas, segurança, recursos financeiros e pedagógicos e respeito. A Secretaria de Estadual da Educação de Sergipe, precisa assumir suas responsabilidades e agir de forma condizente com seu papel de órgão responsável pelo bom funcionamento das Escolas, e  consequentemente, na formação de uma sociedade mais justa e digna.