A audiência foi marcada após abordagem de professoras aposentadas em Frei Paulo
Membros da direção do SINTESE foram recebidos pelo governador Jackson Barreto na tarde desta sexta, 15. Também participaram da audiência o vice-governador Belivaldo Chagas, o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Rosman Pereira e de Comunicação, Sales Neto. Na pauta: a revisão de piso salarial e a reconstrução da carreira do magistério, o atraso e parcelamento do pagamento de salários de aposentados e o método de implantação do ensino médio em tempo integral.
Quanto ao item da revisão do piso e recuperação da carreira, a direção do SINTESE, deixou bem claro, a partir de análise jurídica, que o maldito projeto de congelamento de salário aprovado nessa mesma tarde na Assembleia Legislativa não é empecilho para a revisão geral de piso para todos os professores nem para a recuperação da carreira, pois esta reivindicação trata-se de determinação legal, daí essa ser uma decisão política do governo. Para subsidiar os cálculos, a direção do SINTESE entregou um estudo de recuperação de carreira produzido pela própria secretaria de planejamento e gestão.
O governador e o vice-governador responderam a este item dizendo que vão fazer mais estudos e tão logo concluído, ainda no mês de janeiro, chamariam o sindicato para nova audiência.
No tocante ao item do atraso e parcelamento de salários de aposentados a direção do SINTESE reiterou que em Sergipe as receitas têm aumentado e é um dos estados brasileiros que apresentam crescimento quase zero com salários no Executivo, em razão dos diversos anos de congelamento de salário, e que para regularizar o pagamento de aposentados há a necessidade de manter os valores de aporte que se verificaram antes da fusão dos fundos. A alegação do governo é de que as receitas não crescem como o esperado, e não deram nenhuma perspectiva de resolver a situação.
Quanto ao item do método de implantação do Ensino Médio Integral, foi frisado que Sergipe em pouco tempo viverá o caos absoluto na Educação, com as escolas transformadas em elefantes brancos. As unidades de ensino médio em tempo integral têm baixa procura, e é inadmissível que tenhamos 40 escolas funcionando com esse modelo, sem que tenha sido realizado nenhum estudo e diagnóstico para a implantação da modalidade.
Tem três regiões em Aracaju que em 2018 teriam várias escolas em tempo integral muito próximas uma da outra. Na região entre o conjunto Médice e bairro Grageru, o antigo Colégio João Alves, o Colégio Goncalo Rollemberg e o Colégio Nelson Mandela. Na região do Bairro Industrial e Coqueiral teríamos antigo Jose Alves do Nascimento (hoje Maria das Graças Azevedo)e Colégio Paulo Freire (antigo Castelo Branco). No Centro da cidade teríamos s Atheneu (funcionando nesse momento no bairro Getúlio Vargas), Dom Luciano e Djenal Tavares de Queiroz.
Há casos como em Divina Pastora, onde só existe uma única escola de ensino médio, lá os estudantes que não desejam o ensino médio em tempo integral terão que se deslocar para outros municípios. Há ainda a questão da infraestrutura dessas escolas e os problemas advindos do funcionamento compartilhado com o ensino parcial, além da irregularidade no processo de definição nos conselhos escolares.
Quanto a esse item o governador sugeriu que a direção do sindicato fizesse um documento objetivo sobre os problemas no método de regionalização e implantação do ensino médio em tempo integral, e que ainda esse mês se reuniria com o sindicato e o secretário de educação para tratar do assunto.
Essa foi a primeira audiência do SINTESE com o governador depois da sua eleição em 2014, e assim, o sindicato acompanhará o desenrolar das negociações com vigilância e cobrança a um governo que tem se caracterizado como um vilão dos servidores públicos.