A coordenadora da subsede do Vale do Cotinguiba foi proibida de entrar na escola para fazer plenária sobre ensino médio em tempo integral
Na última segunda, 27, a coordenadora da subsede do Vale do Cotinguiba, Emanuela Pereira foi impedida de entrar no Colégio Estadual Dr. Alcides Pereira localizado em Maruim. A professora iria participar de uma plenária chamada por professores, pais e estudantes para debaterem mais a fundo a implantação do ensino médio em tempo integral através do Centro Experimental de Ensino Médio na escola.
A coordenadora conta que a orientação ao segurança terceirizado da escola para impedir a sua entrada partiu do diretor da unidade de ensino Luciano Santos Santana. Há mensagens do diretor inclusive dizendo ao segurança que “o SINTESE não está autorizado a entrar na escola”, numa clara afronta a liberdade sindical.
Mas a obstrução da entrada da dirigente sindical não impediu que a plenária se realizasse. Do lado de fora da escola, Emanuela explicou como funciona o modelo de ensino médio em tempo integral da SEED e os prejuízos que ele traz para a rede estadual.
O Conselho Escolar se reuniu e decidiu a adesão sem consultar a comunidade escolar como um todo. Em nenhum momento foi realizada reuniões com os segmentos (pais, professores, estudantes) para debater o tema.
A própria reunião do conselho pode ser considerada problemática. O diretor da escola convocou-a via mensagens no whatsapp de um sábado para uma segunda-feira, quando a legislação diz que as reuniões devem ser convocadas com no mínimo 72 horas antes. E sem pauta pré-definida. Com prazo tão exíguo o representante dos professores não pode comparecer. No dia da reunião representantes da Diretoria Regional de Educação 04 (DRE’4) estiveram na escola e mesmo sem uma ampla discussão com a comunidade escolar, a adesão foi aprovada.
“A reunião do conselho que tomou a decisão não contou com todos os participantes, foi feita às pressas, de forma arbitrária para que não houvesse questionamentos. Tanto que a comunidade escolar não foi consultada, que todos foram tomados de surpresa o fato da escola estar na lista das unidades de ensino a funcionarem como centro experimental de ensino médio em 2018. A SEED quer a qualquer custo transformar as escolas em centros experimentais e não consultam a comunidade.”, aponta Emanuela.
A escola de acordo com informações colhidas no Sistema Integrado de Gestão Acadêmica da SEED (SIGA/SEED) conta hoje com 319 estudantes, sendo 189 do Ensino Fundamental e 129 do Ensino Médio.
O SINTESE tem debatido de que além de consultar as comunidades escolares é preciso um amplo diagnóstico, para saber, principalmente, qual será o destino dos estudantes do Ensino Fundamental e daqueles do Ensino Médio que não quiserem ou não puderem estudar em tempo integral.