Os trabalhadores sergipanos do campo e da cidade deram um exemplo de cidadania nas ruas de Aracaju na última quarta-feira. Professores (aposentados e da ativa), trabalhadores sem terra, quilombolas, funcionários públicos, trabalhadores sem teto, parlamentares, representantes de partidos políticos somando mais de dez mil pessoas ocuparam as ruas de Aracaju para exigirem educação pública de qualidade social e dizer não ao PL 4330 e as medidas provisórias 664 e 665.
“Esse é um dia histórico para a classe trabalhadora sergipana, pois a Marcha Estadual em Defesa e Promoção da Educação Pública ampliou seu espectro e com a participação dos movimentos sociais, populares, partidos, sindicatos se transformando em um ato onde os trabalhadores mostraram a sua preocupação com a escola pública, sua disposição em discuti-la e também a indignação com projetos que visam reduzir direitos conquistados com muita luta”, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.
Educação pública de qualidade social
Faixas, banners e cartazes exigiam os entes federativos o cumprimento da lei do piso do magistério, formação continuada para os educadores, gestão democrática, melhoria na estrutura física das escolas, transporte e alimentação escolar de qualidade. “A gente não quer só comida, nós queremos alimentação saudável e de qualidade, diversão e arte para nossos alunos” dizia a faixa carregada pelos educadores de Indiaroba.
“Nossa luta não é apenas por salário, como blasfemam alguns, nossa luta é por dignidade, respeito, melhores condições de trabalho, por uma sociedade onde a criança e o adolescente sejam protagonistas, onde a juventude tenha representatividade, o idoso esteja também no centro da discussão”, reflete Leila Moraes, diretora do departamento de Assuntos Educacionais do SINTESE.
Para o SINTESE é preciso discutir a escola, a cultura, o projeto pedagógico precisa ser construído com a participação da comunidade escolar. Partindo desse princípio o sindicato é contra a terceirização da escola, pois ela tira o direito do funcionário (que não é mais público) de discutir a educação.
Rede estadual
Os educadores da rede estadual enviaram um sonoro recado de que não vão ser desrespeitados ao governador do Estado e ao secretário de Educação. “O governador Jackson Barreto não pode permitir que a Secretaria de Estado da Educação coloque que a Educação é um inferno, pois no imaginário o inferno é onde está tudo que não presta. Educadores, estudantes e funcionários de escola merecem respeito”, disse a presidenta do SINTESE.
União dos movimentos
Dia 15 de abril é um dia histórico para a classe trabalhadora sergipana. Movimentos sociais, centrais sindicais, movimentos populares, partidos políticos, todos estiveram nas ruas de Aracaju unidos na luta por uma educação pública de qualidade social para todos e todas, pois o trabalhador sabe qual o significado da educação para seus filhos e filhas.
“Cada sindicato, movimento social e popular tem suas pautas específicas, mas a Educação e a garantia de direitos são pautas que perpassam por quaisquer movimentos e hoje os trabalhadores sergipanos mostraram que estão unidos”, disse Roberto Silva dos Santos.
Reunião do Fórum
Nesta quinta, 16, às 18h na sede do SINTESE acontece a primeira reunião do Fórum Sergipano pelo Direito à Educação Pública de Qualidade Social. “Vamos mostrar para o Governo do Estado que sabemos pensar educação”, disse Ângela.