Os professores e a sociedade sergipana ficaram consternados com a cena bárbara de tentativa de homicídio com arma de fogo de um aluno contra o professor Carlos Cristian, da Escola Estadual Olga Barreto., no município de São Cristovão.
Todas as cenas de violência são por si só repugnantes, no entanto em se tratando do local onde ocorreu a tentativa de homicídio, nos deixam imensamente tristes, mas cientes de que fatos de violência na escola, simples ou graves, são recorrentes em nossas escolas e denotam o fracasso e a destruição da política educacional do Governo de Sergipe, que deriva de várias décadas, além de uma política de segurança que não consegue dar respostas ao aumento da violência na sociedade.
As nossas escolas estão órfãs de políticas pedagógicas que promovam a interação, a sociabilidade e a discussão coletiva dos seus problemas. Em nossas escolas os alunos não se conhecem, os professores não se conhecem, não conhecem os alunos nem os funcionários. Sem contar que a aproximação com a comunidade escolar é coisa raríssima, salvo em algumas exceções por um esforço gigantesco de alguns professores e dirigentes. As politicas de competitividade e meritocracia que a Secretaria de Estado da Educação – SEED sempre tentou implantar têm levado às escolas a cada vez mais difundirem o individualismo e o preconceito, que acaba gerando a violência contra todos.
Por outro lado, a política de segurança pública não tem funcionando no sentido de evitar a violência no entorno das escolas, professores e estudantes são assaltados rotineiramente , e no caso em tela, é inadmissível que jovens tenham acesso à armas com tanta facilidade, pois não se combate o tráfico, nem há uma política efetiva de desarmamento.
Chega de Violência! Queremos uma escola que propicie a sociabilidade, a interatividade e o ensino. Nossas escolas estão tristes, e tristeza nunca rimou com aprendizagem. Nossos professores estão desassistidos de orientação pedagógica de toda sorte, inclusive de como lidar com problemas de ordem social ou psicológica que nossos alunos são acometidos. Os estudantes são também vítimas desse modelo de sociedade e de escola, infelizmente a violência dessa vez partiu de um estudante contra um professor, mas invariavelmente os dois são as maiores vítimas.
Vamos todos ao ato Contra Violência na Escola!!
“Somos Todos Carlos Cristian”
Queremos uma escola que garanta a sociabilidade, a interação e o ensino.
Queremos uma escola que seja um espaço de alegria e de reflexão.
Dia 14 de agosto, quinta- feira , ás 8h, no Palácio de Despachos, com caminhada até a SEED.
Importante a participação dos estudantes. O SINTESE poderá ceder um ônibus por escola mobilizada.