§ Maria Augusta Alves Oliveira
Coordenadora Geral da Sub Sede Sul do SINTESE
1. O Ensino Médio em Tempo Integral é uma bandeira histórica do movimento sindical e aqui em Sergipe, do SINTESE, e não desse governo ilegítimo;
2. Os golpistas Michel Temer e Mendonça Filho se apropriaram da nossa formulação sobre o EMTI e modificaram, descaracterizando-o principalmente no aspecto da construção democrática;
3. Como em Sergipe o governo de Jackson Barreto reproduz tudo que o governo Temer faz, está implantando o programa contra a vontade da comunidade escolar, e de forma arrogante, o secretário Jorge Carvalho se nega a ouvir os professores, pais, alunos e funcionários das escolas, e vai esmagando com o seu tanque de guerra quem se contrapõe ao seu ego;
4. Há muito nós estamos cobrando da SEED que faça um diagnóstico sério das unidades onde a SEED está impondo o EMTI para 2018, no entanto, quanto mais o SINTESE cobra, mais Jorge Carvalho acelera o trator da destruição;
5. A SEED não fez levantamento para saber quantos alunos dos nonos anos existem na rede pública, e deles quantos pretendem ingressar no EMTI;
6. Bem ao estilo Jackson Barreto e Jorge Carvalho, o EMTI está extinguindo o ensino fundamental da rede estadual. As matrículas serão absorvidas pela rede municipal, que não tem estrutura para receber os estudantes. O projeto de lei está na Assembleia Legislativa e só não foi votado por conta da ação da deputada Ana Lúcia, mas poderá entrar na pauta a qualquer momento.
7. Será que o SINTESE está sendo radical ao pedir que a secretaria da educação faça um diagnóstico da rede e em seguida abra o processo de adesão ao EMTI, e que respeitem aqueles que só podem estudar num único turno?
8. Nas escolas da região sul do país onde o programa foi implantado a partir do diagnóstico e da adesão expontanea, a evasão é muito pequena, porque só se matriculou quem tem disponibilidade para ficar o dia inteiro nas escolas;
9. Quando insistimos no diagnóstico é porque conhecemos a realidade dos estudantes. A maioria executam pequenas tarefas para auxiliar no orçamento familiar, e por isso não podem ficar nas escolas os dois turnos conforme determina o programa, e nesse caso é importante abrir processo de adesão, mas diferentemente disso o estudante que não aderir terá que deixar a escola;
10. Destacarei aqui a exemplo do que tem feito o professor Dudu em suas entrevistas, o que chamamos de pequenas atividades que os estudantes executam no turno em que não estão nas escolas: muitos trabalham na agricultura para ajudar os pais, tomam conta dos irmãos mais novos, e da casa, enquanto os pais saem para trabalhar, desenvolvem atividades na feira e em outros lugares, e ainda têm aqueles que estudam cursos profissionalizantes no SENAI e em outras instituições;
11. Sobre o fato de as escolas não terem se adequado para receber o programa conforme já repetimos por diversas vezes, isso até pode ser feito no andamento do curso, muito embora não seja o correto, uma vez que no governo de Jackson Barreto é regra trocar o pneu com o carro andando (e ainda sem macaco para piorar);
12. No caso específico de Estância no Colégio Estadual Walter Franco em Estância, que tem capacidade para abrigar mais de 1.500 alunos, a partir de 2020, caso o programa seja implantado, abrigará pelo EMTI em média 250. Por que então subutilizar a maior escola estadual da região sul, quando temos unidades menores que poderiam ser aparelhadas para receberem somente os alunos que fizerem adesão ao EMTI?
13. Em Aracaju duas escolas não funcionarão em 2018, caso a portaria do MEC não passe de um “rascunho de bêbado”, porque elas perderam alunos e o número está bem abaixo do exigido para continuar funcionando;
14. Ou o governo de Jackson Barreto é incompetente, ou é leviano – mas pode ser os dois – quando diz que não paga os salários em dia nem reajusta há cinco anos por falta de dinheiro, quando esse mesmo governo está passando as matrículas do ensino fundamental para as escolas municipais, abrindo mão assim de milhões de reais de recursos do FUNDEB;
15. Jackson Barreto que no início da sua vida política apontava o dedo para os governos que ele chamava de ditadores como José Rollemberg Leite, Augusto Franco, João Alves, Albano Franco e Valadares, hoje se comporta até pior do que eles, porque governa com braço de ferro sem dialogar, aliás, dialoga com o seu espelho;
16. Anda e vira vem à tona o debate sobre o fechamento das DREs, mas por conta das pressões daqueles que usam a estrutura das regionais como cabides políticos, elas continuam funcionando. Cito as DREs porque elas em via de regra servem apenas para executar ordens que vêm de cima, sem debate e sem direito ao contraditório, e com Jorge Carvalho ainda mais, por conta do seu estilo pedante e truculento;
17. Estamos aguardando resposta do Deputado João Daniel que assumiu a tarefa de abrir o diálogo com o governo para encontrarmos uma saída negociada para o conflito gerado pela imposição da SEED quanto ao EMTI;
18. Lembro que a comunidade do Colégio Estadual Walter Franco organizou um plebiscito que apresentou o seguinte resultado: 550 votos contra a forma autoritária como a SEED está implantando o EMTI, enquanto 55 foram favoráveis ao governo;
19. Por fim, aconselho a comunidade do Colégio Estadual Walter Franco a intensificar a luta pela implantação da gestão democrática, que dentre outras coisas, prevê eleições diretas para a direção do colégio. Uma coisa é um diretor ser eleito pelo voto da comunidade escolar, outra é ser indicada por qualquer político sem compromisso com a educação.