“Telhas quebradas, que resultam em goteiras em algumas salas de aula, que por sua vez também são mal iluminadas e abafadas, sem janelas para ventilação natural e sem ventiladores para ventilação artificial. Alguns quadros brancos estão quebrados e os outros estão desgastados. Os sanitários para os alunos não têm portas, pias e vasos sanitários quebrados. Fiação elétrica exposta põe em risco a vida dos alunos…a maioria do nosso patrimônio está destruída”.
Essa é uma parte do cenário apresentado pelos professores da Escola Estadual Ruy Eloy, localizada no bairro José Conrado de Araújo.
Além da precariedade da estrutura física, a alimentação escolar também é alvo de críticas por parte dos educadores “a merenda oferecida é de baixa qualidade nutricional, geralmente composta por broa de milho, bolo de rolo, queijadinha ou bolo tipo muffin, além dos sucos artificiais… ricos em açúcar, sódio e/ou gordura saturada”, diz o relatório.
A quadra está com a cerca furada e sem cobertura, quando chove os estudantes ficam confinados às salas sem atividade física.
A escola também sofre com a falta de materiais didático-pedagógicos como computadores, jogos didáticos entre outros, por isso a possibilidade dos educadores em ministrar aulas dinâmicas e que incentivem os alunos no processo de ensino e aprendizagem.
Tal situação de total desemparo, seja na estrutura física, seja na falta de materiais didáticos pedagógico e a falta de apoio da Secretaria de Estado da Educação faz com que a escola seja constante alvo de violência.
Nos últimos meses a unidade escolar tem sido constante alvo de roubos e atos de vandalismo. Gangues rivais têm se utilizado da área do entorno da escola (ou até mesmo dentro do estabelecimento de ensino) para acerto de contas. No último dia 12 de agosto, a equipe diretiva da escola foi ameaçada e pedras foram jogadas no telhado.
“Tais situações recorrentes de violência têm desestabilizado toda a comunidade escolar… a soma de todos os fatores apresentados contribui direta e negativamente no processo de ensino-aprendizagem”, aponta o relatório.
Para o SINTESE, a Escola Estadual Ruy Eloy é um exemplo emblemático da falta de diálogo e de política pública efetiva não somente para o combate a violência nas escolas, mas também para as questões pedagógicas da rede estadual.
“A escola Ruy Eloy exemplifica o cenário vivido hoje pela maioria das escolas da rede estadual. O de terra arrasada, com um total descaso por parte da secretaria em dialogar de forma coletiva com a comunidade escolar”, aponta Ana Luzia Costa, professora no Ruy Eloy e integrante da direção executiva do SINTESE.