Poço Verde: Audiência irá estabelecer prazos para obras que garantem segurança a estudantes sejam feitas

462
Professores, pais e alunos de escolas da rede estadual de Poço Verde fazem ato em frente ao fórum da cidade

As comunidades escolares das cinco unidades de ensino da rede estadual de Poço Verde (E.E. Professores, pais e alunos de escolas da rede estadual de Poço Verde fazem ato em frente ao fórum da cidadeAntônio Muniz de Souza, C.E. Professor João Oliveira, C.E. São José, E.E. Epifânio Dórea e E.E. Sebastião Fonseca), fizeram ato em frente ao Fórum da cidade na manhã da última quarta-feira, dia 4. O ato pedia a punição do Governo do Estado e da Secretaria de Estado da Educação por não terem realizado obras de acessibilidade e prevenção a incêndio, estabelecidas pela a justiça, e como isso impedir o início do ano letivo de 2015 nas escolas da rede estadual do município.

Assim que o ato foi iniciado o juiz da comarca de Poço Verde, Antônio Carlos de Souza Martins, pediu que uma pequena comissão fosse formada para que pudesse se reunir com ele e buscar soluções conjuntas para a questão. A comissão foi composta por um representante dos professores, um representante dos estudantes, um representante dos pais e pelo diretor do Departamento de Base Estadual do SINTESE, professor Roberto Silva.

Na reunião o juiz esclareceu que ao expedir a decisão, que impedia o início do ano letivo deO juiz, Antônio Carlos de Souza Martins, recebeu comissão das comunidades escolares e marcou audiência para próxima quarta 2015 caso as obras não fossem concluídas, não tinha a intenção de prejudicar a educação, mas sim de proteger a integridade física de alunos, professores e funcionários. “A decisão não foi tomada de forma arbitrária. Nós entremos em socorro a uma suplica da população. O judiciário teve que tomar uma iniciativa, não podíamos esperar que um tragédia acontecesse. O Estado, por sua vez, deveria ter estabelecido uma cronograma e realizado as obras exigidas”, explicou.

A representante dos professores, professora Kátia Cristina, colocou durante a reunião que a ideia do ato não era passar por cima da decisão judicial, mas sim mostrar que na realidade quem estava sendo punido com o não início do ano letivo eram estudantes e professores. “Não queremos passar por cima da decisão da justiça. Sabemos que as escolas não estavam aptas a funcionar, mas veja quantas pessoas estão sento prejudicadas. Enquanto isso o Governo do Estado está de braços cruzados. Queremos que sejam estabelecidas medidas para que o Estado cumpra com suas obrigações”, exigiu a professora.

Para o representante dos pais, Pedro Ferreira, a situação tem gerado sentimentos de apreensãoA representante dos professores, professora Kátia Cristina, colocou que os prejuízos ficaram apenas para os alunos e professores e angústia. “Não sabemos o que vai acontecer, quando as aulas vão começar. Tudo o que sabemos é que esta situação tem gerado um enorme prejuízo ao aprendizado de nossos filhos”, avaliou.

O diretor do SINTESE, professor Roberto Silva, lembrou que as aulas na escola da rede estadual de Poço Verde deveriam ter começado no início do mês de fevereiro e que este atraso tem gerado perda de matrículas para a rede estadual.  Além disso, o professor Roberto Silva colocou também que a Secretaria de Estado de Educação (SEED) teve dois meses para realizar as obras de acessibilidade e prevenção a incêndio.

“A decisão judicial estabelecendo as obras foi expedida no início de dezembro de 2014, ou seja, a SEED teve dois meses para realizar as obras, durante o período de férias dos estudantes, o que não atrapalharia o andamento do ano letivo, e nada fez. O fruto do descaso da SEED é a perda de matrículas nas escolas da rede estadual de Poços Verde. Perder matrículas significa diminuir o repasse de verbas para as escolas, uma vez que as verbas repassadas estão diretamente associadas ao número de estudantes matriculados”, apontou o professor Roberto Silva.

Audiência

Diante do exposto, o juiz Antônio Carlos de Souza Martins, irá realizar uma audiência naPara o representante dos pais, Pedro Ferreira, a situação tem gerado ansiedade e insegurança em todos próxima quarta-feira, 11, da qual serão intimados a participar o Secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho; a Procuradoria do Estado;  o Diretor Regional de Educação da DRE 2; representantes dos conselhos escolares de cada escola da rede estadual do município; representante de pais de alunos e coordenação do SINTESE na região Centro Sul.

Nesta audiência o juiz pretende avaliar a situação de cada uma das cinco escolas estaduais de Poço Verde separadamente. Serão avaliados quais prédios, que abrigam as unidades de ensino, têm condições de iniciar de imediato (após a audiência) as aulas e quais unidades de ensino deverão ser transferidas, temporariamente, para que as obras sejam iniciadas.

A partir destas avaliações o juiz irá estabelecer um cronograma e prazos para a Secretaria de Estado da Educação realizar as obras. Caso os prazos sejam descumpridos pelo órgão, o juiz irá estabelecer uma multa por dia de atraso.  

Espera

A representante dos estudantes, Daniela Rabelo, estudante do 2º ano do ensino médio, doA representante dos estudantes, Daniela Rabelo, expôs que todos estão preocupados, principalmente os alunos do ensino médio, devido ao Enem Colégio Estadual Professor João de Oliveira, conta que ela e seus colegas estão preocupados e esperam que a situação seja resolvida o mais rápido possível. “Estamos preocupados e receosos, afinal temos o Enem para fazer e precisamos nos preparar. Alguns colegas até já saíram da escola e se matricularam em escolas particulares. No colégio em que estudo, creio, que a situação pode ser facilmente resolvida, basta vontade de fazer. Esperamos que as aulas não demorem a começar”, almeja Daniela Rabelo.

O SINTESE espera que com a audiência a Secretaria de Estado da Educação assuma compromisso não só com o judiciário, mas também com a comunidade de Poço Verde. “O judiciário fez seu trabalho ao acatar a denúncia da população e pedir que as obras que assegurem acessibilidade e prevenção contra incêndio fossem feitas nas escolas da rede estadual de Poço Verde. Ao determinar que as aulas não poderiam ser iniciadas sem que as obras fossem executadas, o judiciário preza pela garantia de acesso, permanência e segurança dos estudantes. Ao não acatar o que foi estabelecido pela justiça, o Governo do Estado demonstra seu descaso e sua falta de compromisso com a educação de Sergipe”, analisa o diretor do SINTESE, professor Roberto Silva.  

Relembre a história

No início de dezembro de 2014, o juiz da comarca de Poço Verde, Antônio Carlos de SouzaO diretor do SINTESE, Roberto Silva, colocou que os estudantes não podem ser prejudicados pela falta de responsabilidade do Governo com a educação Martins, expediu uma decisão na qual determinava que o ano letivo das Escolas Estaduais do município só poderia ser iniciado, em 2015, caso a Secretaria de Estado da Educação realizasse obras nas unidades de ensino que garantissem acessibilidade e prevenção contra incêndio.

A decisão do juiz foi tomada diante de uma ação movida pelo Ministério Público Estadual contra o Governo do Estado de Sergipe. O Governo havia se comprometido com o Ministério Público, através da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que realizaria obras para assegurar acessibilidade e prevenção a incêndio nas escolas da rede estadual de Poço Verde, no entanto, as obras não foram feitas.

Com isso, o Ministério Público entrou com uma ação contra Estado. O juiz de Poço Verde julgou a ação procedente e estabeleceu que o ano letivo de 2015 só poderia começar diante da realização das obras. Mas até agora a Secretaria de Estado da Educação (SEED) nada fez, o que gerou atraso no início do ano letivo nas escolas da rede estadual de Poço Verde