Professores aposentados debatem sobre Sergipe Previdência

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Professores debatem a crise do Sergipe Previdência

Cerca de 120 professores aposentados filiados ao SINTESE participam desde terça-feiraProfessores debatem a crise do Sergipe Previdência, 3, de um Curso de Formação, na Chácara João XVIII, no município de Salgado. A intenção do curso é dar continuidade a luta dos aposentados por valorização. A programação desta quarta-feira, 4, foi aberta com um debate sobre a crise do Sergipe Previdência, que vem onerando os servidores estaduais aposentados. Palestraram sobre o tema o advogado do SINTESE, Franklin Ribeiro; o economista do DIEESE, Luiz Moura e o diretor presidente do Sergipe Previdência, Augusto Fábio Oliveira.

Em suas falas Franklin Ribeiro e Luiz Moura buscaram esclarecer sobre a atual situação do Sergipe Previdência.  Foi colocado pelos palestrantes que o déficit do fundo previdenciário aumenta cada ano. “Em 2011 o déficit foi de R$ 345 milhões, em 2012 passou para R$ 500 milhões, um aumento de 44%. Para 2013 está previsto um déficit de R$ 700 milhões.  A tendência é que a situação se torne cada vez mais grave”, coloca Franklin.

A crise do Sergipe Previdência, de fato, vem se agravando a cada ano. ProvaO Advogado do SINTESE, Franklin Ribeiro, diz que crise tende a se agravar disso, são os constantes atrasos nos pagamentos das aposentadorias, que chegou a uma situação gritante quando o vencimento do mês de julho só foi depositado para os aposentados no mês de agosto. Nos últimos anos a arrecadação vem diminuindo e as despesas do fundo aumentando.

Durante sua explanação o diretor presidente do Sergipe Previdência, Augusto Fábio Oliveira, apontou que somente no mês de julho o Governo do Estado concedeu ao Sergipe Previdência um aporte de mais de R$ 44 milhões para que a folha de aposentados e pensionistas pudesse ser paga. “Para que a Previdência pudesse se financiar, sem necessitar do aporte do governo, o ideal é que tivéssemos  para cada aposentado quatro servidores ativos contribuindo para o fundo. Mas a nossa realidade hoje é 1,27 ativos para 1 aposentado”, diz.  

Para professora aposentada, Márcia Marize, a presença do diretor do SergipeO economista do DIEESE, Luiz Moura Previdência no curso de formação mostra a força do SINTESE.  “Este encontro está muito produtivo. Acompanho a luta do SINTESE a mais de 20 anos e pela primeira vez vejo um diretor do Sergipe Previdência vir em um espaço de formação conversar com professores aposentados. Isso mostra a força do nosso Sindicato e o quando a nossa categoria é importante”, acredita a professora.

Crise

A atual situação do Sergipe Previdência, na realidade,  é fruto dos desmandos cometidos por governos passados.  Nos governos Valadares, João Alves Filho e Albano Franco, todos fizeram saques indevidos no fundo de previdênciaA professora Marcia Marize com autorização da Assembleia Legislativa, deixando um rombo no Sergipe Previdência. No primeiro mandato do governo Marcelo Déda ainda houve uma tentava de capitalização do fundo. No entanto, o Sergipe Previdência já não conseguia mais se sustentar só.

 

 Ao invés de reconhecer a dívida e tentar negociar para pagá-la em parcelasO diretor presidente do Sergipe previdência diz que há desequilíbrio no fundo, o governo Marcelo Déda, decide dar aportes mensais ao Sergipe Previdência. Nos últimos quatro meses estes aportes chegam a mais de R$ 40 milhões por mês, o que deixa o governo no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal.  O governo Déda utiliza este fato com escudo para alegar que não pode conceder o reajusta salarial do magistério. Se este dinheiro, ao invés de ser repassado ao Sergipe Previdência com aporte, estivesse sendo repassado como o pagamento de dívida, o Governo não estaria no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Para a professora aposentada Vera Maria, a situação é vergonhosaA professora Vera Moura conta que atual situação dos aposentados é absurda. “Será que os poderosos não imaginaram que iam deixar a previdência falida. Tudo isso que eles fizeram e fazem até hoje contribui para o sofrimento do povo. É um absurdo contribuirmos tanto tempo para ter a segurança da nossa aposentadoria e hoje termos que passar pela humilhação de ficar com um mês de salário atrasado”, desabafa a professora.

O curso de formação para professores aposentados filiados ao SINTESE segue até quinta-feira, 5.