
Ano iniciado e dessa vez com novo governo e novo secretário da Educação, mas a política continua mesma. A Seduc segue a “cruzada” em transformar as escolas de ensino médio convencional na rede estadual em escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
O alvo da vez é o Colégio Estadual Professora Maria de Lourdes Góis em Riachuelo. Em reunião ocorrida na tarde do dia 02, técnicas que representam o NGETI – Núcleo Gestor do Ensino Médio em Tempo Integral da Seduc e a técnica da Diretoria Regional de Educação – DRE’ 8 apresentaram a modalidade à comunidade escolar e informaram que o Conselho Escolar tem até quinta, dia 05, para formalizar a adesão.
O colégio Maria de Lourdes é o único estabelecimento de ensino da rede estadual na cidade e, por sua vez, o único que oferece o Ensino Médio convencional. Para além, disso as escolas que oferecem o Ensino Médio mais próximas estão nas cidades de Santa Rosa de Lima e Divina Pastora, ambas já funcionam no modelo do Tempo Integral.
Na oportunidade de fala, a professora Ivonete Cruz, dirigente da Base Estadual do SINTESE, fez questionamentos às representantes sobre a política da atual gestão, uma vez que tanto o governador, Fabio Mitidieri, quanto o secretário de Educação, Zezinho Sobral foram empossados no dia anterior.
No decorrer das falas, os professores e professoras também questionaram sobre como seria o processo de seleção dos docentes para atuar nas escolas com Ensino Médio em Tempo Integral. Questões que não foram respondidas por elas, se limitaram a dizer que não tinham conhecimento de como seria o processo por conta do novo governo.
A pergunta que fica: O governo é novo, mas a política segue sendo a mesma?
Ainda no mês de dezembro, em reunião com a comissão de negociação do SINTESE solicitou um prazo de quinze dias para tomar conhecimento das demandas das secretarias e se comprometeu que voltaria a sentar com os representantes do SINTESE
Como se explica, que no dia seguinte a posse, já estejam acontecendo reuniões para implementar novo modelo de Educação com prazo de adesão até o dia 05 de janeiro?
Como fica então o compromisso assumido pelo governador Mitidieri de que as discussões pedagógicas, financeiras e todas as demais questões que envolvem o magistério seriam discutidas a partir da segunda quinzena de janeiro, quando os secretários estivessem mais familiarizados com suas pastas?
O sindicato reafirma a posição histórica de que não é contrário à modalidade de tempo integral em si, mas a forma em que ele é imposto nas escolas.
“O SINTESE vem defendendo ao longo dos anos que a antes da implementação do modelo do Ensino e Tempo Integral faz-se necessário realizar um diagnóstico prévio de vários fatores tanto humanos como estruturais. Temos a clareza que a implantação do modelo de EMTI faz parte das metas estabelecidas pelo PNE (Plano Nacional de Educação) e pelo PEE (Plano Estadual de Educação, no entanto, seguir usando os mesmos métodos usados até o momento, provocara a exclusão dos estudantes e consequentemente o colapso da Educação pública”, afirma a professora Ivonete Cruz.
A dirigente também orienta que os professoras e professoras das escolas da rede estadual que possuem ensino médio na modalidade convencional fiquem atentos e que podem entrar em contato com o SINTESE.