Atraso de salários e negação de direitos fazem professores de três municípios não iniciar ano letivo

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Professores dos municípios de Estância, Pedrinhas e Salgado estão no momento em greve por tempo indeterminado. Os educadores dos três municípios sergipanos decidiram que não iniciar o ano letivo de 2016 até que os prefeitos negociem as dívidas com o magistério e garantam o pagamento dos salários dentro do mês trabalhado.

Salgado

Os professores de Salgado entraram em greve nesta terça-feira, 1º de março. O prefeito Duílio Siqueira Ribeiro deve aos educadores do município a remuneração de férias referente a janeiro de 2016.  Em ofício destinado ao SINTESE, o prefeito propôs dividir em 3 vezes, sendo que o pagamento seria feito de dois em dois meses. A proposta indignou a categoria.

Além de dever as férias de janeiro de 2016, a prefeitura de Salgado não pagou aos professores a remuneração por férias de janeiro e de junho de 2015.

Desde 2013 que o prefeito, Duílio Siqueira Ribeiro, não reajusta o piso salarial dos educadores do município. Com isso, os professores que deveriam receber em 2016 o piso de R$ 2.135,64 recebem atualmente R$ 1.567, 00. 

Estância

Os professores de Estância não iniciaram o ano letivo de 2016 previsto para começar no dia 22 de fevereiro. Desde então os educadores do município estão nas ruas e nos povoados para dialogar com a população sobre os problemas da educação. Além dos professores, demais servidores da educação também estão com suas atividades paralisadas.

O prefeito, Carlos Magno, deve aos professores o 13º salário de 2015 e afirmou que irá dividir em 10 vezes o pagamento do 13º, mesmo contra a vontade dos professores. Além disso, a prefeitura deve também a da remuneração por férias referente a janeiro de 2016.  Até o presente momento o prefeito não sinalizou qualquer negociação para efetivar o pagamento do reajuste do piso salarial de 2016.

Os constantes atrasos no pagamento dos salários dos professores tem sido uma marcada da administração de Carlos Magno. Durante o ano de 2015 professores de Estância tiveram suas vidas financeiras colocadas de cabeça para baixo, pois todos os meses a prefeitura pagava o salário com atraso. A categoria teme que os atrasos se repitam no decorrer de 2016.

Os professores reivindicam que a prefeitura se comprometa com a pontualidade salarial de forma rigorosa; efetue o pagamento das férias de janeiro; efetue o pagamento do 13º salário; e encaminhe o quanto antes a Câmara de vereadores do município o Projeto de Lei para a atualização do piso salarial de 2016, com devida manutenção dos direitos inerentes a carreira do magistério.

Pedrinhas

Em Pedrinhas o ano letivo de 2016 estava previsto para começar no dia 2 de fevereiro, mas os professores decidiram em assembleia que não iniciariam o ano até que a prefeito, José Antônio Silva Alves (conhecido como Zé de Bá), assegurasse os direitos da categoria.

Os professores de Pedrinhas também sofrem com o pagamento atrasados de seus salários. Além disso, a prefeitura não reajustou o piso salarial em 2015 e nem em 2016. Em audiência com os professores, ocorrida no dia 11 de fevereiro, o prefeito propôs começa a negociar o pagamento do reajuste somente a partir de abril. A categoria recusou a proposta tendo em vista sua fragilidade, já que o prefeito não fala em pagamento e sim em um início de negociação.

O prefeito Zé de Bá deve também o 13º salário de 2015 aos professores. Na mesma audiência do dia 11, o prefeito propôs pagar o 13º salário até o dia 31 de março. Reunidos em assembleia os professores de Pedrinha decidiram aceitar a proposta da prefeitura em relação ao 13º salário e esperam que o prefeito, Zé de Bá, honre com seu compromisso.