Campo do Brito: professores temem que atraso e parcelamento de salário se estenda ao longo de 2016

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Mais uma vez o prefeito de Campo do Brito, Leo Rocha, atrasa e parcela salários dos professores da rede municipal. Parte do salário do mês de março dos educadores (50 por cento) foi paga na última segunda-feira, 11 e de acordo com o prefeito o restante será pago somente no dia 20 de abril.

A grande preocupação do magistério britense é a continuidade de atrasos e parcelamentos de salários ao longo de 2016. Ao que tudo indica o prefeito Leo Rocha usará a maior parte do recurso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), do mês de abril, para pagar o salário de março dos professores. Os recursos do vindo do Governo Federal, por meio do FUNDEB, entram na conta dos estados e municípios sempre nos dias 10, 20 e 30 de cada mês.

Em conversas com a comissão de negociação do SINTESE, o prefeito revelou que os recursos do FUNDEB, que chegaram à prefeitura de Campo do Brito no dia 10 de abril, já haviam sido totalmente gastos. Ou seja, Leo Rocha está esperando o recurso do FUNDEB entrar novamente na conta da prefeitura, no dia 20, para poder pagar os 50 por cento restantes do salário de março aos professores.

Diante deste fato surge a seguinte pergunta: Como a prefeitura de Campo do Brito irá pagar de forma integral o salário de abril?

“O medo dos professores é que esta situação vire uma bola de neve. Se a prefeitura usa grande parte do recurso do FUNDEB do mês de abril para pagar o salário de março, como ela vai conseguir pagar aos professores o salário de abril, no dia 30 de abril? O correto é o professor receber dentro do mês trabalhado. Tudo aponta para que novamente em abril a situação de atraso e parcelamento de salário se repita. E até quando tal situação vai? Essa é a questão”, indaga a coordenadora da subsede do SINTESE na região agreste, professora Nadja Milena.

Ainda falta parte do salário de dezembro

Desde o segundo semestre de 2015 que o prefeito de Campo do Brito, Leo Rocha, adotou em sua administração um política cruel de constantes atrasos e parcelamento do pagamento dos salários dos professores. Não satisfeito, o prefeito deixou os professores sem o salário de dezembro de 2015, o que culminou em uma greve da categoria em março de 2016.

Após negociação, os professores concordaram voltar às salas de aula. O acordo feito foi que a prefeitura pagaria o salário de dezembro parcelado em duas vezes. A primeira parcela ficou para ser paga no dia 30 de março (e foi paga) e a segunda no dia 30 de abril.

“O prefeito garantiu que pagaria a segunda parcela do salário de dezembro de 2015 no dia 30 de abril. Esperamos que ele realmente cumpra com sua palavra e assegure o acordado em negociação com a categoria”, coloca a professora Nadja Milena.

Agenda de luta

Na segunda-feira, 11, os professores de Campo do Brito fizeram ato em frente à prefeitura para cobrar a pontualidade no pagamento de seus salários e o fim do parcelamento.

Na sexta-feira, 15, os professores farão na praça da cidade uma ‘Aula da Cidadania’, para dialogar com a população sobre os problemas enfrentados magistério local, dentro e fora das escolas. O evento será às 18h. Após a ‘Aula da Cidadania’, os professores se reunirão em assembleia para encaminhar novas ações de luta.