Carta aos Pais e Alunos de Santa Luzia do Itanhi

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O SINTESE – Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe vem a público repudiar a atitude do prefeito Paulo César, que num ato de total desrespeito com a educação enviou um projeto de lei a câmara de vereadores, acabando com a gestão democrática nas escolas da rede municipal.

Durante a administração passada as direções das unidades escolares eram eleitas através do voto dos professores, pais, alunos e funcionários de forma democrática, rompendo assim com os vícios do velho coronelismo carcomido, e essa foi uma das maiores conquistas do sindicato dos professores e do povo luziense. A gestão democrática projetou o nome de Santa Luzia do Itanhi para todo o Estado de Sergipe.

Agora Paulo César está tentando abrir a marretadas o baú do passado – com suas dobradiças enferrujadas – e ressuscitar um receituário que serviu para o Brasil Colônia, mas não serve para os dias de hoje.

Durante a campanha eleitoral ele fez um rosário de promessas e muitos professores acreditaram e fizeram ecoar aquilo que parecia ser a redenção de Santa Luzia e da educação, mas o tempo passou e o que estamos presenciando é um verdadeiro ataque as conquistas da categoria, e para piorar, a estrutura física das escolas é ruim, a alimentação é precária, o transporte está longe de merecer elogios e por fim a prefeitura ainda tem algumas dívidas – financeiras – com a categoria.

Diz um ditado que “não há nada tão ruim que não possa piorar” e isso é tão verdadeiro que para aprofundar a crise na educação, o calendário escolar não está sendo respeitado desde 2013, quando as aulas começaram em março, e este ano ele já avisou que iniciará no dia 10/03 e contra isso o SINTESE entrou com ação judicial para garantir o início do ano letivo agora em fevereiro.

Como perguntar não ofende, ou ofende? A câmara de vereadores vai reforçar a artilharia de Paulo César ou ficará na trincheira de resistência dos professores defendendo uma escola pública de qualidade?

Que os luzienses não se surpreendam se as greves e as grandes mobilizações do passado voltarem. Só dependerá do prefeito se vai querer dialogar com o sindicato e desistir de retirar direitos, ou se vai apontar os canhões da intolerância para aqueles que levam a vida a educar os filhos do povo de Santa Luzia, herdeiro dos valentes índios Tupinambás.