Caso professor Jonas: nova audiência acontece nesta terça, 10

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Nesta terça-feira, 10, a partir das 10h30 no Fórum Hermes Fontes na cidade de Boquim somostodosjonasacontece mais uma audiência envolvendo o professor Jonas Vidal e o prefeito de Boquim Jean Carlos Nascimento de Oliveira.

O prefeito processa judicialmente o professor Jonas após o educador ter denunciado em perfil nas redes sociais que o gestor municipal deixava de valorizar os servidores efetivos (deixando-os sem reajuste salarial e condições de trabalho) e concedia aumentos somente aos ocupantes dos cargos comissionados.

“Na primeira audiência o prefeito sugeriu que eu me retratasse, mas não houve agressão para que se tenha uma retratação. Fiz uma crítica a forma com que ele trata dos servidores efetivos do município de Boquim e enquanto a administração municipal der motivos, continuarei fazendo a crítica, como cabe a um cidadão que tem responsabilidade”, declarou o professor Jonas Vidal.

Entenda o caso

O professor participou no mês de setembro de ato promovido pelo SINTESE, pela Central Única dos Trabalhadores – CUT/SE e pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal  – FETAM com participação de vários sindicatos que denunciava os constantes atrasos de salários, a política de desvalorização dos servidores públicos municipais e os desmandos com o uso do dinheiro público.

Para o sindicato o professor Jonas expressou o seu pensamento em um contexto de luta onde denunciava a falta de compromisso do atual gestor municipal de Boquim com os servidores públicos municipais.

O sindicato considera autoritária e truculenta a forma com que o prefeito tenta calar a voz não só de Jonas, mas de todos aqueles que denunciam os problemas por quais passam os servidores públicos boquineses. “Não houve agressão a pessoa do prefeito. O que aconteceu foi uma crítica a forma como está se administrando o município com relação aos servidores”, disse a vice-presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.

O magistério de Boquim já fez várias denúncias sobre a falta de transparência da gestão municipal com o gasto dos recursos da Educação. Há incongruências na prestação de contas com relação aos gastos com Educação. Enquanto em ofício destinado ao sindicato informa que utiliza a totalidade dos recursos para o pagamento de salários, com isso negando o pagamento de outros direitos, ao Tribunal de Contas informa que usa 87% dos recursos.

“O prefeito Jean Carlos age como verdadeiro censurador e tenta na justiça intimidar a voz do sindicato uma vez que atinge diretamente uma liderança legitimamente escolhida em assembleia pela categoria que com coragem e coerência vem lutando pelo direito do magistério e pela melhoria das escolas para as crianças boquinenses”, aponta José de Jesus, professor da rede municipal de Boquim e membro da coordenação da sub-sede Centro Sul do SINTESE.

O sindicato lamenta que mesmo após praticamente 30 anos de redemocratização do país ainda existam gestores que não aceitam críticas e buscam meios para criminalizar àqueles que denunciam os problemas vividos e constatados nos municípios. A liberdade de expressão é uma garantia constitucional, mas que foi conquistada com muita luta, os trabalhadores não vão deixar que ela seja cerceada.