Em ação antidemocrática prefeita de Pedrinhas corta salários do magistério

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Professoras e professores de rede municipal de Pedrinhas foram surpreendidos nesta quinta-feira, 05, com o corte total dos salários promovidos pela prefeita Ocimara Araújo Cruz Trindade (Mara da Farmácia).

 

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Os educadores voltam às atividades laborais na próxima segunda, dia 09, depois de uma greve que durou 37 dias. O magistério pedrinhense amarga perdas salariais que, em alguns casos, ultrapassam a casa dos R$45 mil. Essas perdas resultam do não reajuste do piso salarial desde o ano de 2014.

Desrespeito com os estudantes

Com essa ação autoritária a prefeita Mara da Farmácia não condena somente os professores e seus familiares, mas também toda a comunidade escolar. Antes de entrar em greve (direito garantido constitucionalmente) os professores e professoras se comprometem a repor as aulas não ministradas.

Vale lembrar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação garante que os estudantes da Educação Básica têm direito a 200 dias letivos e o magistério pedrinhense em nenhum momento se furtou em garantir o direito aos estudantes das escolas públicas municipais de Pedrinhas.

“Como é de praxe, ao enviar o ofício comunicando da greve, o SINTESE salientou que os professores e professoras de Pedrinhas fariam a reposição das aulas. A ação da prefeita em cortar o nosso ponto só reforça que ela não está preocupada nem com os professores e nem com os estudantes das escolas de Pedrinhas”, disse Uilson Hora, diretor do Departamento de Bases Municipais do SINTESE.

Não abre diálogo

Durante a greve em nenhum momento a prefeita abriu o diálogo com o SINTESE. O sindicato enviou vários ofícios solicitando audiências no sentido de se resolver o impasse e não houve resposta da gestora municipal.

O cenário é de caos. Desde 2014 que o reajuste do piso não é aplicado. A administração municipal de Pedrinhas deve passivos trabalhistas referentes aos retroativos do piso salarial dos anos de 2012 (janeiro a julho), 2013 (janeiro a julho) e 2014 (janeiro a setembro). Isso sem falar na situação precária em que se encontram diversas unidades escolares.

Enquanto isso os professores e professoras só estão vendo o prejuízo aumentar. Um professor pós-graduado, em final de carreira, com mais de 25 anos de magistério, deveria estar recebendo de salário bruto R$ 6.086,28. Como a prefeitura não cumpre a lei do piso este professor recebe R$ 4.494,30, uma perda acumulada mensal de R$1.591,98.

“Além de não negociar conosco ela agora quer nos levar para a miséria. Como cumpriremos nossos compromissos e, pior de tudo, como garantiremos nossa alimentação se não temos salários?”, questiona a Sandra Neri.