Itaporanga: Para não negociar com os professores prefeita despacha de madrugada

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Há 33 dias em greve, professores da rede municipal de Itaporanga d’Ajuda sofrem com a falta de diálogo e de perspectiva de negociação com a prefeitura. Informações dão conta de que a prefeita, Maria das Graças Souza Garcez (conhecida como Gracinha), está indo à prefeitura para despachar somente durante a madrugada, tudo isso para evitar contato com os professores.

Na última terça-feira, 25, os professores se reuniram com os vereadores do município que se comprometeram a solicitar, por meio de ofício, que a prefeita Gracinha receba e negocie com a categoria.

“Estamos indo diariamente a prefeitura na tentativa de conseguir marcar audiência com a prefeita, mas ela não tem aparecido na prefeitura durante o horário oficial de funcionamento do órgão. Temos esperança que com a ação dos vereadores ela abra um canal de diálogo e negociação”, almeja o diretor de Bases Municipais de SINTESE e professor da rede municipal de Itaporanga, Ulison Menezes.

Sem piso, sem estrutura, sem transparência

A prefeitura ainda não concedeu aos professores da rede municipal o reajuste do piso salarial de 2015. De acordo com o estabelecido pela Lei Federal 11.738/2008, o piso salarial deve ser pago aos professores da rede pública de todo Brasil anualmente, sempre no mês de janeiro.

A prefeitura também tem negado aos professores a gratificação por mudança de nível, o que serve de desestimulo aos educadores que querem aperfeiçoar seus conhecimentos através do estudo.

Além disso, as condições de trabalho são péssimas. As escolas da rede municipal estão caindo aos pedaços, à necessidade de reformas para assegurar acesso e permanecia dos estudantes é urgente. Faltam materiais didáticos e pedagógicos para o trabalho em sala de aula, com isso o processo de ensino e aprendizagem também é prejudicado.

Todos estes problemas somam-se ainda a falta de transparência com os gastos dos recursos destinados à educação no município. A prefeitura não permite o acesso às folhas de pagamento para que estudos sejam realizados a fim de verificar se os recursos da educação estão sendo devidamente utilizados.

“A greve dos professores é justa e legítima, pois lutamos por direitos, por dignidade e por uma educação de qualidade social para as criança e jovens de nosso município. Estamos há mais de um mês em greve e em nenhum momento a prefeita Gracinha se dispôs a sentar com o SINTESE e abrir mesa de negociação. Isso demonstra o descaso e o desrespeito da prefeita com a educação do município”, pontua o professor Ulison Menezes.