Magistério de Porto da Folha decreta greve por tempo indeterminado

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MANCHETE grevePortoda Folha

A partir da próxima segunda-feira, dia 17, os professores da rede municipal de Porto da Folha entrarão MANCHETE grevePortoda Folhaem greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela categoria, em assembleia geral, no último dia 11, devido aos recorrentes atrasos no recebimento dos salários ao longo do ano de 2014 e a uma série de passivos trabalhistas que crescem desde 2012.

Nos últimos anos a Prefeitura Municipal de Porto da Folha tem acumulado dívidas com os profissionais da educação. Em 2012 a prefeitura ficou devendo aos professores o salário de dezembro, férias e o retroativo do piso salarial. Já em 2013, a prefeitura mais uma vez não pagou o retroativo do piso.  

Agora em 2014, além de dever novamente do retroativo do piso salarial, a prefeitura constantemente atrasa o pagamento dos salários dos professores, o que tem gerado graves transtornos e dificuldades financeiras para diversas famílias.

Após várias audiências, o prefeito, Albino Tavares de Almeida Neto, propôs a criação de uma Comissão formada por representantes do SINTESE e representantes da administração municipal, com o objetivo de realizar estudos na busca de soluções para os problemas que afligem a educação de Porto da Folha.  

Além da comissão de estudos, o prefeito prometeu também criar um calendário para regularizar as datas de pagamento dos professores do município. No entanto, o tempo passou, a situação de descaso com a educação tornou-se cada vez mais grave e o prefeito não cumpriu nenhuma das propostas.

Diante da falta de compromisso e da omissão da administração municipal, os professores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Os educadores de Porto da Folha têm ciência que embora a greve seja um transtorno para todos envolvidos com a educação do município, neste momento ela se faz necessária.

“Durante a greve os professores poderão dialogar e esclarecer a população sobre as dificuldades enfrentadas pela educação de Porto da Folha, além de negociar com a prefeitura a criação de uma Comissão de Estudos, que vise propor soluções definitivas para os problemas recorrentes na rede municipal de ensino, e exigir a imediata normalização do pagamento dos salários. Os constantes atrasos, promovidos pela prefeitura, colocam em risco a estabilidade das famílias dos professores, que não têm de onde tirar recursos para garantir alimentação e honrar seus compromissos financeiros”, aponta o coordenador da subsede do SINTESE no Alto Sertão, professor Francisco Oliveira Filho.

Inchaço da folha de pagamento da educação

Há tempos o SINTESE reivindica o reordenamento da rede municipal de ensino de Porto da Folha, a fim de minimizar a necessidade de realização de contratos e concessão de gratificações a professores e demais trabalhadores da educação. O intuito é diminuir os impactos gerados na folha de pagamento da Educação.

Ainda dentro desta mesma lógica, o SINTESE acredita que é necessário verificar a relação entre número de trabalhadores da educação e o número de professores da rede municipal de Porto da Folha, hoje este número é de um professor para cada trabalhador, o que tornando insustentável a folha de pagamento.

Outras reivindicações

Os professores de Porto da Folha reivindicam também melhores condições de trabalho e regularidade do transporte escolar, já que estes fatores vêm comprometendo o bom desempenho do ensino e aprendizagem das crianças, adolescentes e jovens do município.

“Esperamos contar com o apoio e a compreensão de toda a população de Porto da Folha. Continuamos abertos ao diálogo e aguardamos que a prefeitura brevemente atenda as nossas reivindicações. A nossa luta é por respeito, por direitos, por dignidade e, principalmente, por uma educação de qualidade, pauta nos valores da solidariedade e da justiça social”, pontua o professor Francisco Filho.