Mais do mesmo: Prefeito de São Cristóvão reapresenta proposta rejeitada por professores

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Nova audiência foi marcada para o dia 30 de julho

Nova gestão, velhas propostas. Este foi o sentimento da direção do SINTESE e da comissãoNova audiência foi marcada para o dia 30 de julho de negociação de São Cristóvão após a primeira audiência com o novo prefeito do município, Jorge Eduardo, (popularmente conhecido como Jorjão) e sua equipe administrativa.

Nesta audiência os professores tinham a esperança que o prefeito apresentasse nova proposta para a restruturação da carreira do magistério de São Cristóvão, que desde 2013 sofre com perdas salariais que chagam a quase 50%.

No entanto, ao invés de trazer uma nova proposta, que vise sanar de forma célere a trágica realidade dos professores, o prefeito manteve a proposta feita no mês de abril pela gestão de Rivanda Farias, ex-prefeita de São Cristóvão que renunciou ao cargo após escândalos nas licitações da alimentação escolar do município.

A proposta feita por Rivanda Farias e reiterada pelo atual prefeito Jorge Eduardo consiste em pagar anualmente o reajuste do piso salarial aos professores e acrescentar o mínimo de 2% em cima do percentual do reajuste, a cada ano. Dentro de tal proposta a recuperação da carreira e das perdas salarias dos professores somente seriam sanadas em um prazo absurdo de 25 anos. Por motivos óbvios os professores recusaram a proposta feita, há época, por Rivanda Farias.

O prefeito Jorge Eduardo tentou convencer a comissão de negociação do SINTESE a repensar a velha proposta utilizando o seguinte argumento: Os 2% seria apenas o mínimo a ser acrescentado juntamente com o reajuste do piso todos os anos. Uma comissão paritária formada por representantes do SINTESE no município e pela equipe administrativa da prefeitura estudaria a possibilidade deste percentual ser maior no decorre dos anos, a partir dos recursos disponíveis no município de São Cristóvão. Com isso, poderia haver anos em que os professores recebessem mais que os 2%, recebessem 4% ou 9% ou 10% ou 12%, tudo iria depender da situação financeira do município a cada novo ano.

Presente na audiência, a vice-presidente do SINTESE, Ivonete Cruz, enfatizou que os professores de São Cristóvão já haviam deliberado em assembleia por não aceitar tal proposta e que a categoria precisava de uma nova proposta mais viável, palpável e plausível.

“Precisamos de uma proposta concreta que garanta a recuperação das perdas salariais no menor tempo possível. A proposta que nos foi reapresentada pelo novo prefeito é inviável. Mesmo que haja uma disposição da gestão municipal em dar um reajuste maior, isso é incerto. Precisamos construir algo que não seja o que foi apresentado outrora pela gestão anterior, uma vez que tal proposta já foi rejeitada pelos professores. Não podemos trabalhar com a incerteza, precisamos de uma proposta nova e concreta”, afirma Ivonete Cruz.

Diante de tal situação, a vice-presidente do SINTESE solicitou que o prefeito se reunisse com sua equipe administrativa, formulasse uma nova proposta e marcasse uma nova audiência. Com o impasse, uma nova audiência foi marcada para o dia 30 de julho, na qual o prefeito se comprometeu a apresentar outra proposta.

O SINTESE irá chamar uma assembleia no dia 31 de julho para avaliar a proposta do prefeito.

Carreira desestrutura: relembre a trágica história dos professores

Desde 2012 os professores de São Cristóvão não recebem o reajuste do piso salarial nacional do magistério, um direito assegurado pela Lei Federal 11.738/2008, que determina que todos os professores da rede pública do Brasil devem receber anualmente o reajuste, sempre no mês de janeiro, e dentro da carreira.

Em fevereiro de 2013 em mais um golpe cruel e impiedoso contra os professores, a prefeita, a época, Rivanda Farias, conseguiu aprovar uma lei na Câmara de Vereadores que tornava nula as leis que reajustavam o valor do piso de 2011 e 2012, além de reduzir a regência de classe de 25% para 1%. Este golpe destruiu a carreira e a vida dos professores que chegam a ter uma perda de quase 50% de seus salários. A situação levou os professores de São Cristóvão a deflagrar uma greve de durou 66 dias.