Prefeito de Propriá se descontrola, acusa professora e sai de reunião sem apresentar proposta

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Em assembleia ocorrida na última terça professores deliberaram greve por tempo indeterminado

A política de negação de diretos implantada pelo prefeito de Propriá, José Américo, fez com que Em assembleia ocorrida na última terça professores deliberaram greve por tempo indeterminadoprofessores da rede municipal decidissem em assembleia ocorrida na última terça-feira, 11, entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 17.

Ao saber que os professores entrarão em greve, o prefeito convocou todos para uma reunião, que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 13, no auditório do CAIC.  Não satisfeito em descumprir a lei e desrespeitar trabalhadores, o prefeito, José Américo, perdeu o controle durante a reunião, tomou o microfone da mão de uma professora e acusou a professora Givanilda de Aquino (conhecida como professora Gil), membro da comissão sindical do SINTESE em Propriá, de “estar colocando os professores no inferno”. Após isso, o prefeito foi embora da reunião sem apresentar qualquer proposta. José Américo estava acompanhado da Secretária Municipal de Educação, Maria José Aragão,

“A conduta do prefeito, José Américo, foi absurda para um gestor municipal. Ele me acusou e foi embora sem dar a menor satisfação e sem ouvir o que tínhamos a colocar. Inferno? Inferno é o que estamos passando com nossos salários fatiados e atrasados. Muitas famílias estão passando dificuldade e o prefeito vem dizer que sou eu quem está colocando os professores no inferno. O que estamos fazendo é reivindicar nossos direitos, de forma completamente legítima”, assegura a professora Gil de Aquino.

Situação em Propriá

No fim do mês de julho e no início do mês de agosto os professores da rede municipal de Propriá jáO cardápio da alimentação escolar de Propriá diz que estudantes comem carnes, verduras e frutas. Mas a realidade é broa, biscoito, e mingua haviam paralisado suas atividades por três dias (23/07, 28/07 e 05/08) na tentativa de pressionar a prefeitura do município a abrir canal de diálogo e negociação. O magistério de Propriá vive uma das fases mais difíceis de sua história. Os professores enfrentam atraso e parcelamento de salários, perseguição política e condições precárias de trabalho.

Atraso e parcelamento de salários

Há meses a prefeitura adotou uma postura de pagar os salários dos professores e demais servidores do município atrasados e divididos em duas vezes. Na terça-feira, 11, a prefeitura pagou apenas 40% do salário do mês de julho, tanto para professores como para outros servidores.

Para justificar o parcelamento deste mês aos professores, a Secretaria Municipal de Educação lançou um comunicado dizendo, que precisaria de R$ 200 mil a mais de recursos próprios para pagar a folha. Por isso, a prefeitura pagaria apenas 40% do salário do mês de julho no dia 11 de agosto e o restante no dia 20 de agosto.  

A prefeitura acumula também outras dívidas com os professores. O prefeito não pagou as férias e deveMingua servido as crianças nas escolas da rede municipal de Propriá também o retroativo do piso salarial de 2013 (janeiro a agosto) e de 2015 (janeiro até a presente data).

Falso Cardápio

O cardápio que define a alimentação escolar na rede municipal de Propriá, fixado nas paredes das cozinhas das escolas, descreve uma alimentação balanceada, composta por proteínas, frutas e verduras.

Mas realidade é completamente diferente. A alimentação das escolas do município se resume a broa, biscoito, mingau e arroz doce. Uma alimentação rica em açúcar e com pouco valor nutricional, que descumpre as normas estabelecidas pelo Plano Nacional de Alimentação Escolar.

Escolas sucateadas

As escolas da rede municipal também estão em estado precário. Há uma urgente necessidade de reformas nos prédios das unidades de ensino para assegurar acesso e permanência dos estudantes. Vale lembrar que a garantia de uma educação de qualidade perpassa por assegurar uma escola estruturada. Ninguém quer estudar em uma escola feia, suja, que não oferece as condições necessárias para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

Outro problema enfrentado pelos estudantes do município de Propriá é a má prestação do serviço de transporte escolar. O transporte não atende aos estudantes com regularidade, o que prejudica o cumprimento dos horários das aulas e o retorno destes estudantes a seus lares.