Prefeitura de Santana do São Francisco arrecadou mais de R$ 415 mil nos últimos 40 dias e não paga o salário dos professores

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Pagamentos atrasados, falta de condições de trabalho, estrutura de escolas precárias, falta de alimentação escolar de qualidade e até desvio de verbas. Este é o triste cenário da educação no município de Santana do São Francisco.  A soma destes problemas fez com que os professores da rede municipal decidissem paralisar suas atividades por dois dias na terça-feira, 20 e na quarta-feira, 21.

Até a presente data a prefeita, Maria das Graças Monteiro Feitosa Silva (conhecida pela população de Santana como Dona Preta), não pagou o salário dos professores do mês de setembro.

O atraso no pagamento dos salários dos professores de Santana do São Francisco não tem justificativa. Entre os dias 1º de setembro e 10 de outubro, a prefeitura de Santana recebeu do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) recursos no valor de R$ 415.080,13 (quatrocentos e quinze mil, oitenta reais e treze centavos). Esta verba deve ser destinada de forma prioritária para o pagamento do magistério.

A prefeitura deve também aos professores as férias do mês de junho 2015. Além dos salários referentes aos meses de outubro, dezembro e décimo terceiro de 2012, que foram deixados  em atraso pelo ex-prefeito, Ricardo Roriz.

Desvio de verba

É fato público em Santana, inclusive debatido na Câmara de Vereadores, que foram desviados, no período de maio a julho de 2014, aproximadamente R$ 120 mil da conta do salário educação, e que, segundo o secretário de finanças à época, teve que fazer denúncia a Receita Federal porque terceiros se utilizaram da sua senha e fizeram a transferência. Quem fez a transferência? Para onde foram os recursos? Quando serão devolvidos aos cofres do município? A população de Santana do São Francisco até hoje espera estas respostas.

Alimentação escolar de má qualidade

Na parede das cozinhas das escolas municipais de Santana o cardápio, que cumpre as exigências nutricionais do Programa Nacional de Alimentação Escolar, está fixado. Mas não passa de mera ilustração. A realidade é que muitas vezes os estudantes ficam sem ter o que comer na escola, pois a alimentação escolar não é oferecida todos os dias. Quando os alimentos chegam às escolas são de péssima qualidade.

Falta de manutenção das escolas

As escolas da rede municipal estão em situação precária. A prefeitura não tem uma política de manutenção e reforma das unidades de ensino, com isso, os prédios que abrigam as escolas do município têm sérios problemas estruturais.

O exemplo da ausência desta política é a Creche Municipal Leonor Franco, onde a laje do corredor pode desabar a qualquer momento.

Os estudantes da Escola Municipal Afonso de Oliveira Fortes tinham a esperança de ter banheiros novos, a partir de uma reforma que seria feita. No entanto, os banheiros antigos foram demolidos no início do ano de 2015 e até agora não foram reconstruídos.

Ausência de material didático

A prefeitura também não proporciona condições para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. Professores e estudantes sofrem com a falta de materiais didáticos e pedagógicos para serem trabalhados em sala de aula.