Em uma atitude cruel, arbitrária e covarde a prefeita de Canhoba, Elinalda Pereira Santos do Bomfim, (conhecida como Naldinha da Farmácia), está há dois meses sem pagar salários dos professores da rede municipal. Em solidariedade a este trágico momento, o SINTESE distribuiu nesta terça-feira, 23, cesta de alimentos entre os professores da rede municipal de Canhoba. A categoria está em greve desde o dia 20 de abril.
“O salário é um direito essencial do trabalhador, ele diz respeito a sua vida, seus compromissos, seu sustento e sua dignidade. Os professores estão lutando por condições de trabalho; por direitos assegurados por Lei, leis estas desrespeitadas pela prefeitura de Canhoba. Diante de tudo isso a prefeita, ao invés de buscar negociar, dá uma resposta cruel e vingativa e deixa os professores sem salários por dois meses. Não vamos admitir este absurdo”, afirma a presidente do SINTESE, professora Ângela Maria de Melo.
A política de atraso de salários é bastante comum na gestão da prefeita Elinalda Pereira. Tanto que no mês de maio o Ministério Público Estadual (MP/SE) determinou que a prefeita pagasse os servidores do município sempre no dia 30 de cada mês, já que os atrasos nos pagamentos eram constantes. A prova de que a ação da prefeita contra os professores é movida por vingança é que ela pagou todos os servidores do município de Canhoba menos os professores.
Mesmo diante de diversos ofícios enviados pelo SINTESE solicitando audiências, a prefeita Elinalda Pereira, se recusa a abrir canal de diálogo e negociação com os professores da rede municipal, o que demonstra a forma displicente como a prefeita trata a educação do município.
A assessoria jurídica do SINTESE já entrou com liminar na justiça pedindo o imediato pagamento dos salários dos professores. O Sindicato também já informou ao Ministério Público Estadual que a prefeita está descumprindo a ordem judicial com o não pagamento dos salários.
Greve
Os professores da rede municipal de Canhoba lutam por valorização profissional, condições de trabalho e por educação de qualidade social. A prefeitura de Canhoba não pagou aos seus educadores o reajuste do piso salarial do magistério em 2015, estabelecido em 13,01%.
De acordo com a Lei 11.738/2008, que estabelece Piso Salarial para o Magistério, o reajuste deve ser feito anualmente e sempre no mês de janeiro. O piso deve ser pago a todos os professores da rede pública do Brasil, em todos os níveis e dentro da carreira. A prefeitura de Canhoba acumula também dívida com os professores da rede municipal desde 2012, referente ao não pagamento do salário de dezembro daquele ano.
Além de não respeitar direitos trabalhista, a prefeita, Elinalda Pereira, não proporciona condições de ensino e aprendizagem a professores e estudantes. Faltam materiais didáticos e pedagógicos para serem trabalhados em sala de aula. As escolas da rede municipal de Canhoba têm estrutura física precária, a necessidade de reforma dos prédios que abrigam as unidades de ensino é urgente.
Outro sério problema enfrentado pelos estudantes e professores é o fornecimento irregular de alimentação escolar. Os alimentos só foram chegar as escolas da rede municipal de Canhoba próximo a deflagração da greve dos professores, ou seja, de fevereiro a abril os estudantes ficaram sem ter acesso alimentação escolar.