Diante da falta de diálogo, das perdas na carreira, do sucateamento das escolas e dos constantes atrasos no recebimento de seus salários, os professores da rede municipal de Laranjeiras decidiram paralisar suas atividades por um dia, nesta quarta-feira, 21. Na ocasião os professores farão uma via crucis pelas ruas da cidade para denunciar os desmando da prefeitura. A concentração do ato será às 16h:30, na Praça da Matriz.
Em três anos à frente da prefeitura do município, José Araújo Leite Neto, (popularmente conhecido como Juca de Bala) sentou apenas uma vez com a comissão de negociação do SINTESE para debater sobre os problemas que afligem a educação de Laranjeiras.
Em 2012 a carreira do magistério laranjeirense foi desestruturada. Naquele ano o ex-prefeito concedeu o reajuste do piso, estabelecido a época em 22,22%, somente aos professores com nível médio. Para os professores com nível superior a prefeitura reajustou apenas 5%. Esta ação acarretou em perdas na carreira do magistério local.
No ano de 2012, Juca de Bala, era vice-prefeito da cidade da Laranjeira. Entre suas promessas de campanha na disputa da prefeitura, naquele mesmo ano, Juca de Bala prometeu valorizar a educação e os educadores do município. Mas a promessa não passou de uma ação meramente eleitoreira, já que depois de eleito o atual prefeito de Laranjeiros fechou o canal de diálogo e negociação.
Diversos ofícios já foram enviados pelo SINTESE ao prefeito, que chega até a marcar audiência, mas sempre a desmarca.
Atraso nos pagamentos
O constante atraso no pagamento dos salários dos professores é uma prática comum da prefeitura de Laranjeiras. Todos os meses a prefeitura paga aos professores com atraso que varia de 5 a 10 dias. O salário de setembro, por exemplo, que deveria ter sido pago no dia 30 daquele mês, foi pago somente no dia 10 de outubro.
Vale ressaltar que o atraso no pagamento de salários é uma prática covarde, que compromete a vida financeira e a dignidade do professor e de sua família. A retenção do salário é crime, conforme estabelece a Constituição Federal em seu artigo 7º, inciso X.
Reformas fora do período de férias
A prefeitura realizou reforma em seis escolas da rede municipal, destas duas já foram concluídas. As reformas estão sendo feitas com professores e estudantes dentro das unidades de ensino o que tem prejudicado o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, os professores e estudantes reclamam não só do barulho da obra, mas também do cheiro de tinta e da poeira, o que já fez alguns estudantes passarem mal.
Para evitar esta situação ou até acidentes graves, a prefeitura deveria realizar a reforma das escolas no período de férias escolares. Caso a obra fosse maior e precisasse de mais tempo para a conclusão o correto seria a prefeitura providenciar outro espaço para o funcionamento da unidade de ensino até o fim da obra.
Outro problema é o número reduzido de trabalhadores executando as obras, o que gera lentidão e atraso no prazo de termino.
Escolas sucateadas
Ao todo o município de Laranjeiras possui 20 unidades de ensino e a grande maioria delas está em situação precária. São banheiros com porta quebras, vazamentos, carteiras quebras, salas sem ventilação, paredes rachadas, instalações elétricas deficientes, infiltrações e telhados danificados.
A prefeitura deve assegurar acesso e permanecia aos estudantes das escolas municipais e acesso e permanecem perpassam necessariamente por um ambiente escolar seguro, limpo e bem cuidado, que seja propício para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
Ofício
Em setembro o SINTESE enviou ofício ao prefeito Juca de Bala pedido que a comissão de negociação do Sindicato, formada por representantes dos professores em Laranjeira, fosse recebida em audiência. Na pauta para a audiência estava: a pontualidade do pagamento do magistério de Laranjeiras; resgate da carreira, abertura de canal de diálogo para negociações; melhor qualidade física das escolas e mais transparência no uso de recursos públicos destinados a reforma de escolas.
O prefeito respondeu ao ofício dizendo que não tinha condições de cumprir os pontos de pauta colocados pelo SINTESE e não recebeu os professores, se quer tentou buscar alternativas conjuntas para a resolução dos problemas.