São Cristóvão: luta dos professores faz prefeitura apresentar proposta de reconstrução da carreira

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Os professores da rede municipal de São Cristóvão aprovaram em assembleia realizada na tarde da última quinta-feira, 12, a proposta apresentada pela administração municipal que dá início a reconstrução da carreira, esfacelada em 2013.

Pela proposta, os professores terão em fevereiro reajuste de 13,01% em cima do vencimento inicial e será constituída uma comissão paritária para, a cada quadrimestre, fazer estudos das receitas e despesas para que percentuais de reajuste sejam acrescentados aos salários, para que no final deste ano os educadores possam ter como vencimento inicial o mínimo de R$1.917,78.

A luta faz a lei

A proposta apresentada pela administração de São Cristóvão é fruto da luta incansável dos professores em reconstruir a carreira que foi destruída a partir de um decreto municipal no ano de 2013. Àquela época os educadores tiveram seus salários reduzidos em até 50%. “Até hoje ainda não me recuperei financeiramente do que aconteceu em 2013”, diz a professora Ozair Santos, que faz parte da comissão municipal de negociação.

“A proposta apresentada pela Prefeitura de São Cristóvão mostra que a luta dos professores é justa e que é possível sim reconstruir a carreira do magistério sancristovense” aponta a vice-presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.

Tempo de estudos

Até a primeira reunião da comissão (que acontecerá após o final do primeiro quadrimestre), o SINTESE irá promover encontros de estudos para que os educadores da rede municipal de São Cristóvão tenham maior compreensão sobre o financiamento da Educação.

Entenda o que aconteceu

No início de 2013, com o argumento de falta de recursos a administração municipal publicou decreto e conseguiu aprovar na Câmara de uma lei que tornavam nulas as leis que reajustaram o valor do piso de 2011 e 2012, além de reduzir a regência de classe de 25% para 1%.  Esta manobra gerou danos irreparáveis a vida dos professores de São Cristóvão, que tiveram mais de 30% de seus salários reduzidos. A isso se seguiu uma greve que durou 66 dias, vários atos públicos, audiências no Ministério Público e reuniões aonde o sindicato apresentou dados que comprovavam a boa saúde financeira do município e que não havia necessidade de destruir a carreira do magistério.

Agora com a apresentação da proposta inicia-se um novo período de lutas para o magistério de São Cristóvão.