Cansados de verem seus direitos serem negligenciados, os professores da rede municipal de Propriá irão paralisar suas atividade a partir desta terça-feira, 21, por tempo indeterminado. Desde julho a prefeitura, conduzida pelo senhor José Américo de Lima, adotou uma política covarde de atraso e parcelamento de salários.
Antes os professores recebiam no dia 30 de cada mês. Depois os salários começaram a ser pagos no dia 10 do mês seguinte. Não satisfeito em atrasar os salários dos professores em 11 dias, o prefeito resolveu parcelar o pagamento. Desta forma parte do salário é pago no dia 10 e o restante após o dia 20.
A situação de atrasos de salários chegou ao cumulo. Até a presente data professores e demais servidores de Propriá não receberam os salários do mês de setembro. “Esta situação além de ilegal é humilhante. Diversas famílias já estão enfrentando sérias dificuldades. Não podemos honrar nossas dívidas e estamos passando por constrangimento moral”, descreve a professora e representante do SINTSE no município de Propriá, Givanilda Santos.
Para tornar o caso ainda mais delicado, com o não depósito dos salários nas contas dos professores e demais servidores todos aqueles que têm empréstimos consignados ficaram inadimplentes com o banco e consequentemente tiveram seus nomes acionados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
“O comércio local já está sentindo o reflexo dos atrasos frequentes de nossos salários. Em uma rápida caminha pelo centro da cidade o que vemos são lanchonetes, lojas e outros estabelecimentos vazios. Ao atrasar nossos salários a prefeitura prejudica não só a nós e as nossas famílias, mas também a economia da cidade e tantas outras famílias que se sustentam do comércio”, analisa a professora Givanilda Santos.
Educação abandonada
Mas os problemas da educação em Propriá não ficam apenas nas questões salariais ligadas ao magistério. As escolas da rede municipal da cidade estão sucateadas. São necessárias reformas urgentes, que garantam acessibilidade e permanência dos estudantes nas unidades de ensino.
De acordo com relatos dos professores, as escolas municipais de Propriá não são espaços que permitem integração entre comunidade e escola. Culpa disso é o engavetamento, promovido pela prefeitura, da Lei de Gestão Democrática.
Outro problema enfrentado pelos estudantes é a má prestação do serviço de transporte escolar, que não os atende com regularidade, prejudica o cumprimento dos horários das aulas e o retorno destes estudantes a seus lares. A alimentação escolar oferecida nas escolas municipais também é de péssima qualidade.
“Queremos dialogar e mostrar à população de Propriá a realidade da educação em nosso município. São professores sofrendo com atrasos de salários e com escolas que não oferecem estrutura adequada para o desenvolvimento de atividades pedagógicas. Tudo isso reflete diretamente na educação de nossas crianças e jovens. Estamos paralisando para exigir justiça e educação de qualidade. A educação e o povo de Propriá merecem mais respeito”, finaliza a professora Givanilda Santos.