A mobilização da classe trabalhadora é um dos pontos chaves para buscar alternativas para superação das atuais crises econômica e política por qual o Brasil tem passado na atual conjuntura. Isso é o que pode ser compreendido das falas de Jandyra Uehara, dirigente nacional da Central Única dos Trabalhadores e de Salomão Ximenes, professor doutor da Universidade Federal do ABC durante a análise de conjuntura internacional, nacional e educacional que foi realizada na abertura do XV Congresso Estadual dos Trabalhadores em Educação que se estende até o próximo sábado, dia 03.
“Parabenizo a direção do SINTESE pela realizado desse congresso em um momento tão importante da conjuntura nacional, num momento tão difícil em que a luta e mobilização da classe trabalhadora serão fundamentais para que tenhamos um desfecho dessa crise política e econômica, de forma a apontar para um futuro de avanços para a clsse trabalhadora em todos os seus direitos sociais e econômicos”, disse a dirigente nacional da CUT.
Jandyra lembrou que no período entre 2003 e 2012 as condições sociais e econômicas foram muito favoráreis e possibilitaram que os governos de Lula e Dilma a construção de avanços e conquistas importantes para a classe trabalhadora, mas, infelizmente sem reofrma agrária, urbana, tributária, democratização das comunicações e alteração do sistema político, o país não avançou o que deveria e agora a classe trabalhadora paga a conta pelas mudanças estruturantes e democratizantes não terem sido realizadas.
E o primeiro sinal de que o rumo político e econômico do país sofreria uma alteração se deu a partir das mobilizações de junho de 2013. Que apesar de terem sido mobilizadas por alguns setores que reivindicavam no sentido de melhorias de transporte e mais atuação do Estado na saúde, educação, segurança e moradia, foram, de certa forma, coptadas por setores da direita que aproveitaram-se da situação e começaram a colocar suas pautas de caráter conservador, retrógrado e fascita nas ruas. Em 2014 o embate político se acirrou, mas 54 milhões de brasileiros elegeram um governo para que fosse dada continuidade aos avanços e fazer o Brasil dar um salto tanto no aspecto do desenvolvimento, quanto no aspecto social.
Salomão Ximenes, na mesma linha apontada por Jandyra ressaltou que a época de 2003 a 2012 foi um período em ao mesmo tempo em que aconteceram avanços para a classe trabalhadora, através de programas distributivos (mesmo de forma limitada), a classe rica brasileira foi bastante beneficiada. “O ano de 2013 representou o esgotamento de um modelo econômico e nos obriga a tomar umna decisão política, pois as beneses não são possíveis para todos”, disse.
Tal conjuntura também impacta na educação. Ximenes ressaltou que o Brasil ainda não consegue enfrentar o problema do avanço da escola privada e não consegue desenvolver uma política que desconstrua a imagem de que a escola pública é somente para aquelas pessoas que não possuem recursos financeiros.
O projeto da Pátria Educadora é um exemplo do que algumas representações chamam de estelionato eleitoral, pois ao mesmo tempo que escolhe esse lema, tira do Ministério da Educação sua capacidade de articular e planjenar a política educacional para médio e longo prazo.
A aprovação do Plano Nacional de Educação em 2014, apesar de apresentar pontos positivos, não deve ser considerado como um plano que contempla todos os anseios da sociedade sobre a forma como a Educação deve ser conduzida. “O PNE não é o nosso projeto de fortalecimento da educação pública como um todo, por isso é muito acertada a decisão do SINTESE em debater o PNE além do ponto de vista político”, apontou Salomão.
Ele tem a expectativa de que se fortaleça a capacidade de compreender os problemas da educação e que eles possam ser dialogados de forma mais ampla para toda a sociedade, pois não tais problemas não são somente dos trabalhadores da educação, mas de todos e todas.