Yates resistia a renunciar a seu cargo, mas as possibilidades dele permanecer se reduziram após a renúncia de Stepehenson, que foi pressionado por seus vínculos com Neil Wallis, ex-subeditor do tablóide que era propriedade de Murdoch, e que foi detido na semana passada. A notícia da demissão de Yates surgiu pouco antes da ministra do Interior, Theresa May, comparecer ao Parlamento para explicar a crise da Scotland Yard e seus vínculos com o jornal que, após 168 anos, fechou por causa do escândalo.
May, em sintonia com a posição oficial, assegurou que Stephenson tomou uma decisão “honrada” ao se demitir de seu posto, e acrescentou que “ainda há sérios aspectos que devem ser esclarecidos” sobre o escândalo das escutas. Ela também expressou sua “preocupação” pelos vínculos entre Scotland Yard e Wallis.
No domingo, o caso havia assumido novos contornos com a prisão de Rebekah Brooks, que foi liberada 12 horas após ser detida para interrogatório. Nesta terça, juntamente com Rupert e James Murdcoh, a editora se apresentará ante a Câmara dos Comuns.
Em meio a crescentes críticas oposicionistas, o primeiro ministro David Cameron propôs a realização de uma sessão extraordinária, quarta-feira, no Parlamento, “para que possa fazer uma declaração e informar a Câmara sobre a parte final desta investigação judicial e responder a qualquer pergunta que surja nestes últimos dias”, assinalou. Essa sessão modifica os planos dos parlamentares, que pretendiam desfrutar de seis semanas de férias a partir de terça. O próprio Cameron foi obrigado a abreviar seu giro pela África de cinco para dois dias, pressionado pelas queixas da oposição.
O líder trabalhista Ed Miliband acusou o premier de estar “paralisado” por suas antigas decisões. Cameron, exigiu, tem que responder a “perguntas difíceis”. Entre elas, dizer se em suas reuniões com Rebekah Brooks, falou-se da compra da cadeia BskyB, uma aquisição que foi congelada por Murdoch em razão do escândalo.
Como se tudo isso não bastasse, Hore, que havia incriminado o ex-porta voz do governo, foi encontrado morto em sua casa, ainda que a polícia tenha dito que, por enquanto, não suspeita de um caso de violência. Hore havia assegurado ao jornal New York Times que foi pressionado por Coulson, então redator chefe do jornal envolvido no escândalo, a realizar escutas. A morte do jornalista ainda não foi esclarecida, disse a policía no condado de Hertfordshire, onde Hoare morava.
Tradução: Katarina Peixoto