As mulheres e a luta por igualdade e justiça social

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Revista Paulo Freire 31

Este ano, o direito das mulheres ao voto no Brasil completou Revista Paulo Freire 3182 anos. Primeira mulher a ocupar o posto máximo do Executivo no país, Dilma Rousseff tem o maior índice de aprovação de um presidente da história republicana. O Tribunal Superior Eleitoral é ocupado, também pela primeira vez, por uma mulher. Ministérios, secretarias de Estado e outros órgãos da administração federal têm mulheres no comando.

Fatos do Brasil atual, frutos de um longo e intenso processo de mobilização política e do protagonismo de inúmeras brasileiras. Mas esses dados não podem esconder da sociedade brasileira a realidade quando o assunto é participação política: há, ainda hoje, uma relação desigual entre homens e mulheres na política nacional.

E esse é o tema principal desta edição da Revista Paulo Freire: a participação das mulheres na política. Para discutir com profundidade o tema, tivemos o prazer de entrevistar, com exclusividade, a senadora Ana Rita (do PT do Espírito Santo). Primeira mulher a ocupar a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, relatora da Comissão Especial da Reforma Política naquela casa legislativa e líder da CPMI da violência contra as mulheres, Ana Rita é uma das parlamentares com atuação destacada em favor dos direitos das mulheres e uma das principais vozes no Congresso Nacional em defesa da ampliação da participação feminina na política.

Na entrevista, a Senadora apresenta dados que revelam a discrepância entre a representação de homens e mulheres na política, mas vai além dos números e nos faz refletir sobre as raízes econômicas, históricas e culturais que fazem com que o Brasil ocupe, atualmente, a 121ª posição no que diz respeito à participação das mulheres na política, tendo menos mulheres nas instâncias de poder que países como Índia e Afeganistão. Ana Rita é certeira: “além da histórica divisão entre esfera pública (masculina) e esfera privada (feminina) que durante muito tempo sustentou a ausência das mulheres na política, há outras dificuldades decorrentes da divisão sexual do trabalho. Às mulheres ainda é destinada a maior parte das tarefas domésticas e do cuidado com os filhos/as, o que obstaculiza a participação delas nos partidos políticos e, consequentemente, na vida política”.

Também sobre o tema principal desta edição (Mulheres e Política) trazemos um artigo da Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva. Numa linha de análise semelhante à Ana Rita, a dirigente cutista demarca a perspectiva econômico-social que inviabiliza a ampliação da participação feminina nos espaços de poder. Segundo Rosane, a estruturação do Estado “não apenas separa os espaços de homens e mulheres entre público e privado, como também hierarquiza as relações, em que as mulheres devem tornar-se subalternas aos homens”.

Rosane Silva, assim como o professor Roberto Silva dos Santos, em seu texto “Reforma Política para fortalecer a democracia no Brasil”, publicado originalmente nesta edição da Revista Paulo Freire, apresenta as razões pelas quais os movimentos sociais e todo o conjunto da classe trabalhadora devem se empenhar na construção do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.

Outros temas, também centrais quando o assunto é direito das mulheres, como o assédio sexual e o aborto são também objeto de discussão nesta edição da Revista Paulo Freire, nos textos “Mulheres e cantadas de rua: uma relação de medo”, de Jarid Arraes, e “Aborto e ilegalidade: a violência do Estado contra as mulheres negras”, da pesquisadora Luana Soares.

Por fim, esta edição da Revista Paulo Freire presta uma homenagem a uma das mulheres que inspirou e continua a inspirar diversas gerações de sergipanos e sergipanas: Ofenísia Freire. Educadora, intelectual e militante política, Ofenísia foi a “mestra de todos nós” porque – tanto na sala de aula quanto nas ruas – ensinou, com maestria e com o seu próprio exemplo, que todos têm o compromisso com a luta pela liberdade e pela democracia. Esta edição da Revista Paulo Freire é em sua memória e em homenagem a todas as mulheres que sonham e lutam por um mundo com igualdade e justiça social.

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