O mês de janeiro e os primeiros dias de fevereiro não deixaram dúvidas: 2015 será um ano de intensas lutas e desafios para a classe trabalhadora sergipana e brasileira.
Aqui no estado, as primeiras medidas de Jackson Barreto foram tomadas antes mesmo da sua posse como governador reeleito. A reforma administrativa aprovada no final do ano passado, com apoio de ampla maioria dos parlamentares, teve um objetivo claro: acabar com direitos dos servidores públicos. Como cortina de fumaça, para esconder os reais motivos, o Governo valeu-se do falso discurso de crise financeira. Falso porque, ano a ano, as receitas do Estado de Sergipe têm crescido significativamente. Nos municípios, a realidade, infelizmente, não se altera muito: os servidores convivem com constantes atrasos de salários, negação de direitos como o pagamento de 13º salário e férias, bem como desrespeito à data-base e, no caso dos professores, o não-pagamento do reajuste anual do piso.
Em nível nacional, os primeiros dias de Dilma Rousseff dão a entender que o discurso de que “ nem que a vaca tussa os direitos dos trabalhadores serão mexidos” parece ter ido para o brejo. A vaca tem tossido e muito. As Medidas Provisórias 664 e 665 são apenas alguns exemplos de como a classe trabalhadora brasileira precisa manter-se organizada e mobilizada não mais para garantir novos direitos, mas para defender a permanência de direitos já conquistados. No Legislativo, a eleição de Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara agrava a situação: o deputado do PMDB, que teve das campanhas mais caras do país, é um legítimo representante do setor empresarial e declaradamente favorável a pautas conservadoras. Imaginemos, então, o grau de dificuldade que haverá, por exemplo, para a aprovação da tão reivindicada e necessária redução da jornada de trabalho sem redução de salário?
Em entrevista nesta edição da Revista Paulo Freire, o professor da Faculdade de Filosofia e Ciências do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp, Giovanni Alves, frisa que “ao enfrentar um dos ‘mais conservadores congressos da história da República brasileira’, o segundo mandato da presidente Dilma deverá ser marcado por uma omissão silenciosa ao não se empenhar para ampliar direitos trabalhistas, nem para deter inciativas parlamentares que signifiquem o aumento da precariedade salarial”.
Nessa realidade adversa para os trabalhadores de Sergipe e do Brasil, concordamos com o que escreveu, em artigo também nesta edição, o professor Roberto Silva: “só resta um caminho: as mobilizações como alternativa de enfrentamento às tentativas dos defensores do capitalismo de retirada de direitos e de destruição ambiental”.
Contrariando o falso discurso da imparcialidade jornalística, a Revista Paulo Freire faz questão de demonstrar que tem lado: o lado dos trabalhadores e trabalhadoras. Por isso, esta edição é dedicada à reflexão sobre a conjuntura política e econômica estadual, nacional e internacional e sobre os desafios que estarão colocados para o conjunto da classe trabalhadora neste ano que está apenas começando. Esse é o tema, justamente, da entrevista com o professor da Unesp, Giovanni Alves, e do artigo do professor sergipano, Roberto Silva.
Esta edição da Revista Paulo Freire também traz uma novidade. Damos início, a partir desta edição, à publicação da série “Classes e luta de classes”, em que o analista político Wladimir Pomar analisa o tema a partir do longo processo de desenvolvimento econômico, político, histórico e social do Brasil. O artigo de estreia é “Classes e luta de classes: o início”.
Por fim, temos ainda uma resenha sobre o filme Escritores da Liberdade; um texto sobre a importância da participação e da arte na construção de uma outra sociedade; e a seção Saber e Poesia.
Boa Leitura.
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