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Confira na íntegra o programa do último sábado (30/04)
Caros ouvintes, imaginem se um extraterrestre, de repente, desembarcasse no Brasil e, curioso em saber um pouco mais sobre o nosso povo, comprasse um jornal e lesse a seguinte notícia: “Polícia Federal abriu um procedimento preliminar para apurar se o ex-ministro da educação do Brasil, pastor Milton Ribeiro, cometeu algum crime ao disparar acidentalmente uma arma de fogo no aeroporto de Brasília.
Imaginem a cara de espanto do ET.
_Como assim – pensaria ele – um ex-ministro da educação e, ainda por cima, um pastor, tentando embarcar em um avião portando uma arma de fogo?
_Que país é esse? Pergunta o ET a um professor que, por coincidência, estava ao seu lado na banca de jornal.
_ Não seria esse senhor o responsável por dar bons exemplos, já que ocupou o cargo de ministro da educação?
Então, o professor responde:
_Estimado ET, bons exemplos na educação no Governo de Bolsonaro foi coisa que nunca existiu. Só para você ter uma ideia, antes de Milton Ribeiro o último ministro ficou apenas cinco dias no cargo. Carlos Decotelli, nomeado em junho de 2020, pediu demissão quando vieram à tona denúncias de irregularidades em seu currículo lattes, desde acusações de plágio em sua produção acadêmica até questionamentos aos títulos que ele dizia ter.
Nesse momento o ET começa a empalidecer em frente ao professor, que tranquilamente continua o relatório.
_Calma, ilustre visitante, ainda tem mais. Antes de Decotelli, o titular do MEC foi Abraham Weintraub, um dos ministros mais beligerantes do governo Bolsonaro e que ficou pouco mais de um ano no cargo. Weintraub deixou o cargo após a escalada da crise causada por suas declarações contra ministros do STF.
O ET atônito senta-se e implora por algo para beber. O professor, muito gentilmente, saca seu squeeze da mochila e oferece água ao recém-chegado. Deve ser difícil para um estranho tomar conhecimento de tamanhos desastres ocorridos no Ministério da Educação de um país considerado a décima terceira economia do mundo.
Depois de abanar o ET por alguns momentos, e dar um tempo para que ele se recuperasse, o professor, finalmente, faz seu último relato.
_Isso, querido amigo interestelar, porque ainda não te contei sobre o primeiro ministro da Educação do Governo de Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, que foi demitido em abril de 2019, pouco mais de um ano depois de assumir. Vélez havia proposto revisões polêmicas em livros didáticos, propondo mudar a forma como o golpe de 1964 e a ditadura militar eram ensinados. Também pediu que as escolas filmassem as crianças cantando o hino nacional.
_ Inacreditável – diz o ET.
_ O que é inacreditável? – pergunta o professor – O Brasil ter tido péssimos ministros da educação nos últimos anos?
_ Não – responde o ET – inacreditável é vocês brasileiros terem colocado na presidência da república um político que não se importa nem um pouco com a educação do seu povo.
_ Ele é semianalfabeto ET – retrucou o professor.
_Ah, então está explicado – disse o ET dando as costas e voltando para sua nave.
_Ei! Você não vai continuar sua visita ao Brasil?
_Eu, hein! – respondeu o ET – recuso-me a visitar um país onde armas são mais valiosas que os livros.
Pois é, minha gente, esse texto é apenas uma alegoria. Porém, seria cômico se não fosse trágico. Fora Bolsonaro já!
Sintese: somos muitas, somos muitos, somos fortes.