Carolina e Abdias: histórias de luta contra a exploração do povo negro

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Revista Paulo Freire 34

No mês em que que se comemora o Dia da Consciência Negra, a Revista Paulo Freire rende homenagem a Revista Paulo Freire 34três lutadores da liberdade, a três verdadeiros heróis do povo brasileiro. Dois, se vivo estivessem, completariam 100 anos em 2014 e, cada um ao seu modo, se dedicaram à luta contra a miséria, a fome e a exploração do povo negro: Abdias do Nascimento e Carolina Maria de Jesus. O outro, Paulo Freire, é o patrono da educação brasileira e dos professores.

Abdias do Nascimento é uma conhecida referência quando o assunto é luta por igualdade racial no Brasil. Jornalista, ator e diretor teatral, Abdias foi protagonista de diversos momentos da luta contra o racismo em nosso país. Foi fundador do Teatro Experimental do Negro, atuou na Frente Negra Brasileira, ficou exilado durante 13 anos de regime militar e chegou a ocupar uma cadeira no Senado.

Tão importante para a visibilidade do povo negro no Brasil, porém menos conhecida entre nós, está Carolina Maria de Jesus, negra, moradora de favela em São Paulo e catadora de papel. Carolina, que era semianalfabeta, registrava histórias do seu cotidiano, de seus filhos e vizinhos em finais da década de 50 em folhas de papel que, no início dos anos 1960, foram publicadas como livro. Pela atualidade dos temas que escrevia, pelo detalhamento com que narrava os fatos e pela fidelidade da sua escrita à vida na favela, Carolina e a obra de Carolina precisam ganhar as salas de aula das escolas e universidades deste país.

Por isso, nesse mês de novembro, em que o país se mobiliza em torno da Consciência Negra, a Revista Paulo Freire dá a sua contribuição ao reverenciar as memórias de Abdias do Nascimento e Carolina Maria de Jesus.

Além dos textos sobre esses dois guerreiros, a Revista Paulo Freire traz outras duas reflexões sobre a condição do povo negro em nosso país e o papel da educação para a superação das desigualdades raciais: o texto “É preciso educar-se sobre o outro”, da estudante de direito, Amanda Beatriz; e “Escola, racismo e negritude”, de Viviana Santiago, pesquisadora sobre educação e questões étnico-raciais.

Nos diz Viviana, “o cotidiano das relações nas escolas, quando observado com mais cuidado, aponta que embora institucionalmente invisibilizada a violência que é relacionada a práticas discriminatórias resultantes das pré-concepções quanto a raça, estão presentes e se mostram evidentes. Fato comprovado, a presença e muitas vezes preponderância de população negra na escola não institui uma relação de equidade dentro desse espaço; longe disso, reproduz a lógica de discriminações de uma cultura hegemônica, machista, sexista, branca, adultocêntrica, vivenciada nas relações sociais”.

Para tornar esta edição ainda mais importante e especial, das páginas 10 a 13, o leitor terá acesso a um documento histórico: uma entrevista concedida pelo educador e mestre Paulo Freire, patrono dessa Revista, ao Jornal da Unicamp, em abril de 1987. A partir da iniciativa do professor João Wanderley Geraldi, a quem agradecemos imensamente, a Revista conseguiu a autorização da Unicamp para reprodução integral da entrevista, que tem o título “Aprender é um ato crítico”.

 

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