CUT/SE constrói mais uma atividade de luta em Aracaju pela anulação da Reforma Trabalhista

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Gestante de 8 meses, Fernanda Menezes, 23 anos, aguarda a chegada da filha Valentina. Ao transitar pelas ruas do Centro nesta terça-feira, ela parou e colaborou com o abaixo assinado pela anulação da Reforma Trabalhista. “Todo mundo vai ser prejudicado, até minha filha que nem nasceu, pois a licença maternidade está em risco. O que podemos esperar de um governo que diminuiu o salário mínimo? Minha amiga voltou da licença maternidade e foi demitida, acredito que a demissão de mães será uma constante depois que a reforma trabalhista entrar em vigor”.

A população de Sergipe manifestou nesta terça-feira, 7/11, seu repúdio à retirada de direitos trabalhistas em mais um dia de coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) que anula a Reforma Trabalhista sancionada pelo presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB). A Campanha realizada pela CUT em todo território nacional visa recolher até o fim desta semana 1 milhão e 300 mil assinaturas; em Sergipe a meta é 40mil assinaturas.

Roberto Silva (CUT/SINTESE) explicou efeitos da Reforma Trabalhista que entra em vigor a partir do próximo sábado. “A Federação das Indústrias em São Paulo, a classe patronal brasileira, agradeceu Laércio Oliveira pelo empenho para destruir os direitos dos trabalhadores. É esse tipo de deputado que Sergipe tem e a gente não pode se calar, por isso a  CUT difundiu este abaixo assinado com o objetivo também de mostrar para os deputados e para os senadores que o trabalhador brasileiro não aceita receber menos que um salário mínimo, isso é proibido pela Constituição. Após a reforma o patrão vai poder contratar pela hora trabalhada, não é mais a hora cheia, a jornada de 8h. Isso é muito ruim para os trabalhadores e é apenas uma das várias perversidades previstas pela Reforma Trabalhista”, denunciou.

O agente de limpeza Jorge Contreira, 32 anos, fez questão de assinar. “Eu trabalhava na Multiserve e lá já se contrata por hora pagando o valor de R$ 4 e pouco. Na empresa esse trabalhador é chamado de ‘horista’. Só é chamado quando o chefe precisa. Não aceitei essa situação e pedi demissão. Com a reforma trabalhista isso tende a piorar muito”.

Presidente da CUT/SE, o professor Rubens Marques criticou o Projeto de Lei do DEM que acaba com estabilidade do servidor público. “É preciso que em cada ponto desse estado denunciemos a senadora Maria do Carmo (DEM), a senadora mais faltosa da história do Congresso Nacional e ao se despedir de seu último mandato apresentou um projeto de lei acabando com a estabilidade do servidor público, ou seja, aquele trabalhador que estudou, que se esforçou e foi aprovado no concurso público, a senadora quer que ele não tenha estabilidade. Estabilidade é uma conquista da classe trabalhadora, não é privilégio, no passado trabalhadores da iniciativa privada também tinham estabilidade. Essa é mais uma disputa que a Cut vai fazer nesse ano e no próximo”, adiantou.

Dirigente sindical do SINDISERVE POÇO VERDE e da FETAM (Federação dos Trabalhadores do Serviço Público de Sergipe), João Fonseca viajou vários quilômetros para participar do dia de mobilização contra a reforma trabalhista na capital sergipana. Com voz e violão, André Lucas fez a trilha sonora da atividade de luta no Centro de Aracaju.