O anúncio feito pelo governador de Sergipe Jackson Barreto de que a privatização da DESO não é mais um assunto do Governo do Estado provocou uma falsa sensação de alívio para muitos trabalhadores, lideranças sindicais e do movimento social que têm se manifestado contrários à privatização da água em Sergipe.
O diretor de Formação da CUT/SE, vice-presidente do SINTESE, Roberto Silva, questiona: “Como o governador pretende entregar a administração da DESO aos privatistas Governo Federal ilegítimo e passar para a população a ideia de que não vai privatizar a DESO? Entregar a DESO a Temer é o mesmo que privatizá-la. Isso é muito grave. Ele quer se eximir da responsabilidade, ‘lavar as mãos’ sobre o processo de privatização da DESO, o movimento sindical vai se manter atento”, denunciou.
Filiado à CUT/SE, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (SINDISAN) não pretende arrefecer a luta, como afirma o dirigente Sérgio Passos. “A iniciativa privada não vai prestar o serviço que a Deso presta. Vamos continuar denunciando que a população será seriamente afetada. Recentemente nos reunimos em Brasília para tratar do assunto com a assessoria jurídica da Federação Nacional de Saneamento (FNS).
E estamos acompanhando, pois o governador disse que iria revogar o edital para privatização via AGRESE (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe), mas nada foi publicado no Diário Oficial. E ainda tem o edital do BNDES rumo à privatização da DESO. Temos várias batalhas pela frente”, explicou.
Presidente da CUT/SE, o professor Rubens Marques reforça que a água de Sergipe é inegociável. “A adesão do governo de Sergipe ao projeto privatista do governo golpista mostra o alinhamento de Jackson com Temer. Ele fique sabendo que vai continuar encontrando resistência do movimento sindical e da população contra a privatização da DESO. Inclusive, na ALESE, a metade dos deputados tem posição contrária à privatização da DESO”.