“Tenho orgulho de caminhar neste dia de luta, ao lado de trabalhadores do campo e da cidade, estudantes e quilombolas, fortalecendo o 1º de Maio como um dia de luta da classe trabalhadora” – Rubens Marques – pres. CUT/SE
Com o pé na estrada sob sol escaldante, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) participou da construção de uma manifestação em Aracaju que reuniu 2 mil trabalhadoras, trabalhadores do campo e da cidade, estudantes, quilombolas, a juventude organizada e entidades do movimento social. Juntos, todos marcharam por 2,3km nesta sexta-feira, 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador contra a retirada de direitos trabalhistas.
Os traidores do povo brasileiro que acabam de ser eleitos, os deputados federais que votaram pelo fim dos direitos trabalhistas através do PL4330 da Terceirização, ganharam uma faixa de protesto com o rosto e os nomes: Fábio Reis (PMDB), Fábio Mitidieri (PSD), Adelson Barreto (PTB), André Moura (PSC) e Laércio Oliveira (Solidariedade). O último, proprietário de empresa de prestação de serviço terceirizado, não só legislou em causa própria sem pudor, como foi o parlamentar que solicitou, depois das eleições, o desarquivamento do Projeto de Lei 4330.
Militantes sociais carregaram faixas pela Reforma Política através de uma Constituinte Exclusiva, pelo fortalecimento do SUS, pelo Fim do Fator Previdenciário, pelas Reformas Agrária, Urbana e Fiscal, pelo respeito e valorização do Piso Salarial dos Professores, contra a redução da maioridade penal e contra as MPs 664 e 665.
Os Quilombos Caraíbas, Brejão dos Negros e Resina participaram da manifestação junto ao MST, MOTU, Levante Popular da Juventude, FETAM, SINDISERVE Poço Verve, SINDIFERRO, SINDASSE, Comerciários de Estância, DCE-UFS, DCE-UNIT, SINDISERVE Propriá, Grupo Atitude, STASE, SINTESE, SEPUMI, SINDIJUS, SINDIJOR, SINDMUSE, SINDIPEMA, SINDTIC, SINDIMINAS, SINDIPREV Pedrinhas, SINDITEXTIL, SINDASSE, MNDH, SINTEGRE, Centro Dom José Brandão de Castro, Instituto Braços, OAB, Intervozes, o deputado federal João Daniel, o Mandato da deputada Ana Lúcia e o Mandato do vereador Iran Barbosa.
O presidente da CUT/SE, Rubens Marques, registrou que a escolha da Pça Chico Mendes, no conjunto Orlando Dantas, como ponto de saída da marcha não foi aleatória. “Tenho orgulho de caminhar ombro a ombro neste dia de luta, ao lado de trabalhadores do campo e da cidade, estudantes, quilombolas e militantes sociais, fortalecendo o 1º de Maio como um dia de luta da classe trabalhadora. Saímos da Pça Chico Mendes, que é reconhecido internacionalmente por sua luta ambientalista e trabalhista, poucos sabem que ele foi dirigente da CUT no Acre e um dos fundadores da Central sindical na região amazônica, um homem de luta, que morreu lutando contra os poderosos em defesa do direito de trabalhar livremente sem acabar com a natureza. E marchamos para um bairro de trabalhadores, o bairro Santa Maria. Tenho certeza que aqui muitos sabem bem o que é a terceirização e porque o movimento social e sindical não aceita o PL 4330 da Terceirização”.
Chegando ao bairro Santa Maria, o vice-presidente da CUT/SE, Roberto Silva, lembrou cada nome dos deputados traidores que votaram pela ampliação da terceirização sem qualquer garantia aos trabalhadores. “Em tempo de eleição, todos devem ter vindo aqui pedir o voto de vocês, trabalhadores. O povo não votou para perder direitos. Mas depois de eleitos estes deputados viraram as costas e traíram todos votando contra os direitos trabalhistas e pela terceirização. É o precedente para o fim das férias, do seguro desemprego, é o fim das conquistas trabalhistas”.
O dirigente da CUT/SE e do SINDIJUS, Plínio Pugliesi, também dialogou com a população do bairro. “São os trabalhadores que constroem a riqueza do Brasil. E quem tem o poder na mão não quer que o trabalhador entenda de política. É mais seguro que o trabalhador ache política uma coisa chata para que assim eles possam continuar elegendo suas esposas, seus filhos, netos, sobrinhos como deputado federal, deputado estadual, senador, prefeito, governador… Poder, política é assunto dos que têm o poder na mão e para quem trabalha só sobra corte de direitos, terceirização do serviço… Todo o povo brasileiro explorado tem que vir pra rua para pressionar a mudança deste sistema político que só perpetua nossa exploração”.
Reivindicando a Reforma Política feita pelo povo brasileiro e contra a retirada de direitos trabalhistas que vão repercutir no futuro do Brasil, o Levante Popular da Juventude intercalou pronunciamentos com músicas de protesto. “Ô abre alas que o povo vai falar// Nossos direitos, eles não podem roubar// Trabalhador que sofre, empresário não// E este Congresso não vai dar a solução”.
Dirigentes do SINDTIC/SE carregaram faixas cobrando as verbas rescisórias que os 173 trabalhadores terceirizados demitidos da empresa CCP ainda não receberam após 2 anos de luta. O sindicato, além de evidenciar as mazelas enfrentadas pelo trabalhador terceirizado, cobrou a regularização do trabalho de Tecnologia da Informação que vem sofrendo como poucas categorias os efeitos da terceirização com perdas de direitos trabalhistas.
A assistente social Maria José que milita no mandato da deputada Ana Lúcia fez um alerta sobre a criminalização das greves, lembrando os mais de 200 professores feridos no Paraná e oito que correm risco de vida, entre eles, um professor com traumatismo craniano, todos vítimas da polícia truculenta comandada pelo governador Beto Richa do PSDB. Zezé tmbém marcou posiçõ contra a rdução da maioridade penal. “As crianças e adolescentes empobrecidos são os únicos que sofrerão a redução da maioridade penal. Fato preocupante num país como o Brasil que é o quarto país no mundo que mais mata suas crianças e adolescentes. Enquanto continuam impunes os comandantes do massacre dos professores do Paraná que protestavam pacificamente. Temos que nos inspirar na música de Edson Gomes que diz: Vamos amigo, lute!// Vamos amigo ajude, senão// A gente acaba perdendo o que já conquistou”.