Dia Internacional da Mulher é marcado por manifestação da Secretaria da Mulher Trabalhadora que integra a Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE). Com teatro, estêncil e intervenções, as trabalhadoras feministas da CUT/SE travaram um diálogo de conscientização com a população que passava pelos Arcos da Orla de Atalaia, na manhã deste domingo, dia 8 de Março.
A construção de creches com qualidade; a luta pelo direito a viver sem violência física, sexual e psicológica; equiparação salarial e iguais condições de oportunidades no mundo do trabalho; o direito de decidir pela maternidade e de viver sem submissão com liberdade de opção sexual estão entre as principais pautas que as trabalhadoras da CUT levaram às ruas na manhã deste domingo.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, Edjanaria Borges, concluiu que o diálogo com a população sempre é muito produtivo, pois o machismo tem raízes profundas em todo o mundo, no Brasil e em Sergipe. “Calar é uma forma de adoecer, não podemos calar. Estamos aqui para encorajar as mulheres a denunciarem casos de violência que estejam sofrendo e para não se omitirem diante da violência sofrida por outra mulher”, afirmou.
Militantes do mandato da deputada Ana Lucia, presentes no ato, trabalharam na construção de uma pesquisa sobre a identidade da mulher sergipana. No total Sergipe tem 1.026.975 mulheres, 61,28% são pardas, 8,26% negra, 28,83% são brancas, 1,38% são amarelas, 0,25% indígena, representam 676.747 eleitoras, com esperança de vida de 76 anos.
No total são 388.438 economicamente ativas, mas apenas 82 mil trabalham de carteira assinada, e 74,5% estão em atividade de serviços. As mulheres têm rendimento médio mensal R$ 621, sendo que as mulheres que vivem na área urbana recebem R$ 696 e as mulheres que vivem no campo têm rendimento médio de até R$ 403.
A dirigente do SINDOMÉSTICO, Quitéria Santos, recordou das mulheres que morreram na luta pela conquista de direitos e conclamou as mulheres à solidariedade de gênero para se somarem na luta contra as injustiças sociais que ainda imperam na sociedade machista, capitalista e com forte herança escravagista. “Mulheres que varrem ruas são mulheres de valor, assim como as trabalhadoras dos caixas de supermercado que não podem sair para beber água, para ir ao banheiro, têm uma jornada extensa e uma remuneração muito baixa. Lutamos pelos direitos dessas mulheres. Para que tenham condições dignas de trabalho, além de escola e creche para seus filhos”.
Participaram da atividade a Diretoria da CUT/SE, SINDOMÉSTICO, SINTESE, SINDISERVE PROPRIÁ, MCP, MOTU, PT, Marcha Mundial das Mulheres, a deputada estadual Ana Lúcia, assessores e militantes do seu mandato. A manifestação se encerrou com Teatro do Oprimido que fez uma reflexão sobre ‘Jogo do Poder’.