Luta, protesto e resistência marcam 1º de maio em Aracaju

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O movimento social e os sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) ocuparam os arcos da Orla de Atalaia na manhã da segunda-feira, dia 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, para denunciar o Congresso Nacional e os parlamentares André Moura e Laércio Oliveira que aprovaram a Lei da Terceirização e a Reforma Trabalhista de Michel Temer acabando com a segurança no emprego, entre outras garantias e direitos do trabalhador brasileiro. A luta contra a Reforma Previdenciária e a privatização de empresas públicas a exemplo da DESO também formaram a pauta de mais um dia de luta.

Diretora do SINDOMESTICO, Quitéria Santos chamou trabalhadores de todo Brasil para a luta, pedindo para que reflitam como será o País com jornada de trabalho diária de 12h. “Fiquei na BR barrando os carros, mas eu queria também estar no Centro fechando o comércio, eu queria estar nas barricadas impedindo a saída dos ônibus. Não podemos deixar a escravidão voltar, não só para as trabalhadoras domésticas, mas para todas as trabalhadoras. Eu não vou desistir enquanto não garantirmos nossos direitos. Estamos juntos! Podem contar comigo para o que der e vier”.

Membro da Diretoria Executiva Nacional da CUT, a professora Ângela Melo clamou por Eleições Diretas, denunciou o golpe e o governador Jackson Barreto. “Em Sergipe temos que denunciar que o governo de Jackson Barreto é um governo golpista, porque é aliado do governo Temer. Vimos em Sergipe nitidamente a luta de classes. Enquanto os patrões diziam que iam fazer promoções, que o comercio ia abrir, que o transporte ia funcionar, os trabalhadores diziam: é greve geral! E no dia 28 os trabalhadores e trabalhadoras nas ruas deram a resposta. Venceu, neste dia, a luta da classe trabalhadora porque o comércio não abriu, o transporte não funcionou e Sergipe avermelhou, ficou na cor do trabalhador, na cor da luta”.

A presidente do SINTESE, Ivonete Cruz, alertou que ainda há muita luta pela frente. “Neste dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, não temos nada a comemorar, mas muito, muito a resistir… Diante do cenário de golpe que o país vive e retirada de direitos da classe trabalhadora, a população já entendeu que é tempo de luta, é tempo de golpe, é tempo dos trabalhadores e trabalhadoras estarem nas ruas. Depois da sexta-feira, em que construímos uma grande greve em todo o país, um belíssimo ato, o dia 1º de maio reforçou este sentido: a luta continua! Os trabalhadores vão continuar lutando, resistindo contra a retirada de seus direitos”.

O presidente do SINDIJOR, Paulo Sousa, repudiou a linha editorial da Rede Globo de Televisão e os danos provocados à democracia e ao Brasil. “Esta televisão que apoiou o golpe de 1964, que em 1984 tentou esconder as ‘Diretas já!’ passando a impressão de que aquela multidão na Praça da Sé comemorava o aniversário da cidade, quando o povo estava nas ruas querendo Eleições Diretas para tirar do poder os golpistas que esta rede de televisão ajudou a colocar e manter no poder. Então queremos trazer nosso repúdio a esta empresa de comunicação que tem uma linha editorial totalmente contrária ao que diz o Código de Ética dos Jornalistas do Brasil, uma linha editorial preconceituosa para com os movimentos sindicais e sociais… A gente observou que a Rede Globo, com sua linha editorial equivocada, tentou esconder de todas as formas que o dia 28 de abril foi uma greve geral que marcou a história do Brasil. Ao invés disso, divulgou para a população que era uma simples manifestação contra as reformas. Mas graças à mídia alternativa, o mundo pode ver que o povo brasileiro estava lá se manifestando contra os golpistas”.

Presidente da CUT/SE, o professor Rubens Dudu, reafirmou que a luta não irá cessar até os trabalhadores conquistarem a vitória contra o retrocesso. “A greve geral foi um sucesso, isso nos estimulou ainda mais. A pauta do dia 28 é a pauta que permanece no dia de hoje: Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e a luta contra as privatizações em Sergipe. Vamos expor os deputados, senadores, empresários e políticos que querem acabar com os direitos do trabalhador. Esta é a nossa tarefa até conseguirmos derrotar e sepultar de vez estas Reformas de Temer”.