A Frente Sergipana Brasil Popular, composta por várias entidades do movimento sindical, social e da sociedade civil organizada, reuniu na manhã da última terça-feira, 05/01, os principais veículos de comunicação da imprensa de Sergipe no auditório da Defensoria Pública do Estado para explicar como será a Campanha pelo Veto Popular ao Aumento da Passagem de Ônibus em Aracaju.
O lançamento da Campanha pelo Veto Popular ao aumento da passagem de Ônibus está marcado para a noite desta quarta-feira, dia 06/01, às 18h, no Sindicato dos Bancários. A atividade política marca o início da coleta de assinaturas rumo ao veto e contará com a presença de membros do movimento social e sindical.
Para alcançar o veto, serão necessárias 20 mil assinaturas de eleitores aracajuanos insatisfeitos e que avaliam como abusivo o reajuste da tarifa de ônibus para R$ 3,10, recentemente proposto pelo prefeito João Alves e aprovado pela maioria dos vereadores.
Durante a Coletiva de Imprensa, o defensor público Herick Argolo garantiu que a Defensoria fará um estudo com base na Lei Municipal 1.765/91 a respeito dos parâmetros adotados e a metodologia para construção da planilha de preços aplicada para justificar o reajuste além de prestar toda assessoria que o movimento social necessite. “O Veto Popular é uma ferramenta importante na consolidação da democracia e parabenizamos todas as entidades do movimento social que tomaram a iniciativa de se mobilizar e fazer uso deste recurso criado para a fiscalização e participação popular”.
Dirigente da CUT/SE e do SINTESE, Roberto Silva garantiu que a mobilização nas escolas será intensa, pois os estudantes usuários do péssimo serviço de transporte público de Aracaju estão muito insatisfeitos com o reajuste para R$ 3,10 que pesa no bolso sem trazer melhorias.
“Se todo Poder emana do povo, a população de Aracaju não pode permanecer vítima da decisão equivocada de alguns políticos. O veto popular é um instrumento de poder para mostrarmos à Câmara de Vereadores e à Prefeitura de Aracaju que a população não vai aceitar calada e insatisfeita a este aumento abusivo”. O professor Roberto divulgou que o SINTESE já marcou uma plenária para discutir o assunto nesta sexta-feira às 8h na sede do sindicato.
Membros da Frente Sergipana Brasil Popular afirmaram que o reajuste de 14% no valor da tarifa de ônibus é o maior realizado no Brasil entre 2015 e início de 2016. Através de panfletagens e coleta de assinaturas, as entidades do movimento social pretendem denunciar quanto este reajuste pesa no bolso de estudantes e trabalhadores usuários e quantos cidadãos deixam de andar de ônibus porque não tem condições de pagar a tarifa.
Dalva Graça do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos em Sergipe – MOTU/SE convidou a população a participar da mobilização em defesa do veto no reajuste da tarifa. “Nós, trabalhadoras e trabalhadores que utilizamos o serviço de transporte público não vamos aceitar este reajuste. Vamos construir uma mobilização forte pelo veto popular. Vamos questionar as decisões políticas que não favorecem a população aracajuana, mas apenas os empresários”.
Representantes da UNE, Levante Popular da Juventude e CTB também participaram da construção da Coletiva de Imprensa que contou com a presença do ex-dirigente da CUT/SE, o vereador Iran Barbosa (PT).
Em meio às entrevistas, Iran debateu através de programa de rádio com a população e o vereador Jailton Santana (PSC), favorável ao aumento da tarifa de ônibus. “Aracaju pratica uma tarifa que não combina com a qualidade do serviço que presta à população. É uma cidade de pequeno porte, não apresenta relevo acidentado garantindo que os veículos não se desgastem com facilidade… Possui muitos fatores favoráveis que outras cidades do mesmo porte não têm e mesmo assim a maioria destas cidades apresenta tarifa de ônibus mais barata que a nossa. Os vereadores que aprovaram o aumento da tarifa ficam dando desculpa, mas nada justifica, este aumento é abusivo. Agora querem falar no direito dos trabalhadores, mas isso é só uma desculpa, os trabalhadores nunca são respeitados pelas empresas. Os vereadores que aprovaram o aumento da passagem de ônibus agora querem debater, mas na hora da votação não concordaram em ampliar o debate por 30 dias, tivemos que votar às pressas em menos de 24h. Sabe por quê? Porque sabem que estes argumentos não se sustentam e que o aumento da tarifa é abusivo sim”.