Plebiscito pela constituinte é discutido por mulheres no SINTESE

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No último sábado, 16, mulheres sindicalistas e participantes de movimentos sociais se reuniram na sede do SINTESE para debater sobre o Plebiscito Popular pela Constituinte.

“Como educadoras e militantes por uma sociedade melhor não podemos deixar passar a discussão sobre o Plebiscito Popular. É preciso mudar a forma de se fazer política no Brasil”, aponta Simone Gama, diretora do Departamento de Políticas Sociais e Questões de Gênero, Etnia e Diversidade do SINTESE.

O debate foi conduzido por Lídia Anjos do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Leilane Cunha da Cáritas Aracaju e Ana Cristina do Levante Popular da Juventude.

Participaram do encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores, Cáritas, Movimento da Mulher Trabalhada Rural – MMTR, Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos – MOTU, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Sergipe – FETASE, Associação das Mulheres Pescadores, Movimento de Mulheres Camponesas, Marcha Mundial das Mulheres, Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural e Consulta Popular. O encontro também contou com a presença da deputada estadual Ana Lúcia e representantes do mandato popular do vereador por Aracaju, Iran Barbosa.

O grupo também discutiu a formação de comitês nos municípios para o plebiscito que acontecerá na semana da pátria (01 a 07 de setembro).

Porque um plebiscito popular?

As mobilizações das ruas ocorridas em junho de 2013 obtiveram conquistas em todo o país, principalmente com as revogações dos aumentos das tarifas dos transportes ou até diminuição da tarifa em algumas cidades, o que nos demonstrou que é com luta que a vida muda! Mas a grande maioria das reivindicações não foram atendidas pelos poderes públicos.

Não foram atendidas porque a estrutura do poder político no Brasil e suas “regras de funcionamento” não permitem que se avance para mudanças profundas. Apesar de termos conquistado o voto direto nas eleições, existe uma complexa teia de elementos que são usados nas Campanhas Eleitorais que “ajudam” a garantir a vitória de determinados candidatos.

 A cada dois anos assistimos e ficamos enojados com a lógica do nosso sistema político. Vemos, por exemplo, que os candidatos eleitos têm um gasto de Campanha muito maior que os não eleitos, demonstrando um dos fatores do poder econômico nas eleições. Também vemos que o dinheiro usado nas Campanhas tem origem, na sua maior parte, de empresas privadas, que financiam os candidatos para depois obter vantagens nas decisões políticas, ou seja, é uma forma clara e direta de chantagem. Assim, o ditado popular “Quem paga a banda, escolhe a música” se torna a melhor forma de falar do poder econômico nas eleições.

Além disso, ao olharmos para a composição do nosso Congresso Nacional vemos que é um Congresso de deputados e senadores que fazem parte da minoria da População Brasileira. Olhemos mais de perto a sua composição:

  • mais de 70% de fazendeiros e empresários (da educação, da saúde, industriais, etc) sendo que maioria da população é composta de trabalhadores e camponeses.
  • 9% de Mulheres, sendo que as mulheres são mais da metade da população brasileira.
  • 8,5% de Negros, sendo que 51% dos brasileiros se auto-declaram negros.
  • Menos de 3% de Jovens, sendo que os Jovens (de 16 a 35 anos) representam 40% do eleitorado do Brasil.

Se a maioria dos deputados e senadores recusa-se a alterar o sistema político que garante seus privilégios, nós, entidades representativas de trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, da juventude, dos movimentos democráticos e populares, decidimos organizar e realizar o Plebiscito Popular com a questão:

Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?

Olhando para esses dados, é praticamente impossível não chegar a conclusão de que “Esse Congresso não nos representa!!!” e que eles não resolverão os problemas que o povo brasileiro, em especial a juventude, levou às ruas em 2013.  E para solucionar todos esses problemas fundamentais da nossa sociedade (educação, saúde, moradia, transporte, terra, trabalho, etc.) chegamos a conclusão de que não basta mudarmos “as pessoas” que estão no Congresso.

 Precisamos mudar “as regras do jogo”, mudar o Sistema Político Brasileiro. E isso só será possível se a voz dos milhões que foram as ruas em 2013 for ouvida. Como não esperamos que esse Congresso “abra seus ouvidos” partimos para a ação, organizando um Plebiscito Popular que luta por uma Assembleia Constituinte, que será exclusivamente eleita e terá poder soberano para mudar o Sistema Político Brasileiro, pois somente através dessa mudança será possível alcançarmos a resolução de tantos outros problemas que afligem nosso povo.

Conheça mais, acesse a cartilha clicando AQUI 

Com informações do site http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/