Lançado livro que conta a história de luta de professora Ana Lúcia

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Ela é pedagoga aposentada da rede estadual de ensino. Já foi presidente da CUT Sergipe e do SINTESE, entidades das quais ela foi uma das fundadoras. Já foi deputada estadual por quatro mandatos, secretária de Educação de Aracaju e secretária de Estado da Inclusão Social. Defensora e incentivadora da cultura e dos saberes populares. Freiriana, sempre aplicou os ensinamentos, ideias e ideais de Paulo Freire em sala de aula, na luta sindical, na defesa de uma sociedade justa e igualitária e em todas as áreas de sua vida.

Esta é uma tentativa de falar de forma resumida sobre Ana Lucia Vieira de Menezes, a professora Ana Lúcia. E a prova de que esta não é uma tarefa muito fácil é a obra ‘Professora Ana Lúcia – A trajetória de uma intelectual orgânica: múltiplos olhares’. Lançado no último dia 1º de março, na Praça Tobias Barreto, o livro é uma coletânea de textos de 48 autoras e autores que contam a trajetória de vida de professora Ana Lúcia.

“São homens e mulheres que vem das salas de aula, dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda, porque nós que devemos contar a nossa história e não esperar pela burguesia, pela elite”, comentou o professor Evanilson Tavares de França, um dos organizadores do livro.

“Foi um desafio construir esse livro de mais de trezentas páginas. Decidimos que seria um livro de memórias afetivas, com cada autora e autor contando como foi sua história, sua vivência com Ana Lúcia n os diversos espaços que ela atuopu, como o SINTESE, a  CUT Sergipe, sala de aula, a Secretaria Municipal de Educação, o Partido dos Trabalhadores, entre outras frentes de atuação dela”, explicou o professor Paulo Lira, também um dos organizadores do livro.

Um destes autores é o professor Rubens Marques, mais conhecido como professor Dudu, ex-presidente da CUT Sergipe e atualmente dirigente tanto do SINTESE, como da CUT Sergipe. “Nenhum livro cabe a história de Ana Lúcia, não só pelos anos de luta, mas pela intensidade de sua atuação. Cheguei ao SINTESE em 1992, compondo uma chapa encabeçada por Ana Lúcia e, de lá para cá, conseguimos construir essa máquina de luta por conta de sua visão, de sua concepção do que é um sindicato, que é mais do que lutar por sua categoria, indo muito além, na luta por um mundo melhor”, disse Dudu.

“Nossa amizade já dura há mais de cinquenta anos. Nós formamos um grupo de luta mais ampla que não se resume apenas em reivindicações do magistério, mas sobretudo na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Ana pra mim é princípio, meio e fim. Ana é para mim mais do que amiga, é a minha própria condição histórica de vida”, disse professora Alexandrina Luz.

O SINTESE produziu a primeira edição do livro. “Ana, junto com o grupo que ela esteve na presidência do SINTESE, em 1992, implementou uma concepção de sindicato independente, autônomo, em relação ao governo, a credos religiosos, ou seja, um sindicato que de fato está a serviço dos professores e professora de Sergipe. Foi a partir dessa concepção que o sindicato cresceu em número de sindicalizados, passando dos três mil filiados e filiadas lá em 1992 para cerca de 26 mil atualmente, se tornando uma máquina de luta”, comentou Roberto Silva, presidente do SINTESE e da CUT Sergipe.

“Isso é fruto da credibilidade do sindicato em relação às lutas que faz em defesa do magistério e da sociedade. É esse legado, de uma concepção sindical do sindicato combativo, que veio junto Ana Lúcia que faz essa história tão bonita para o movimento sindical em Sergipe”, finalizou Roberto.